Pyongyang acusa Seul de querer raptar nove desertores norte-coreanos
Porto Canal / Agências
Seul, 06 jun (Lusa) - A Coreia do Norte acusou o Governo sul-coreano de querer sequestrar um grupo de nove desertores norte-coreanos recentemente repatriado para o país comunista a partir do Laos, segundo um despacho hoje publicado pela agência KCNA.
A deportação dos nove jovens pelas autoridades do Laos despertou em Seul o receio de que os desertores norte-coreanos que empreendem uma longa e dura travessia a partir da China - muitas vezes através do Laos - para pedir asilo na Coreia do Sul, deixem de contar com o apoio do Vietname, indica a agência Efe.
O despacho publicado pelo regime de Pyongyang através da agência noticiosa oficial descartou a possibilidade de um repatriamento forçado e acusou a Coreia do Sul de querer sequestrar os nove norte-coreanos.
Pyongyang assegura que Seul enviou "traficantes de pessoas, disfarçados de religiosos" para a fronteira norte-coreana com a China para sequestrar os jovens.
O documento indica que "esses indivíduos" forçaram os norte-coreanos a ler a bíblia, acusando Seul de "lavagem cerebral" e de complô em colaboração com os Estados Unidos contra a Coreia do Norte.
Em resposta, um porta-voz do governo sul-coreano citado pela agência Yonhap disse que as acusações da Coreia do Norte "são absurdas e infundamentadas".
Os nove jovens foram detidos a 10 de maio pelas autoridades de Laos, alegadamente por atravessarem ilegalmente a fronteira com a China.
Apesar de a embaixada sul-coreana ter pedido a custódia dos jovens, Vienciana entregou-os a Pequim, que os devolveu à Coreia do Norte no dia 28 de maio.
Segundo o governo sul-coreano, os jovens, guiados por missionários sul-coreanos, chegaram ao Laos - uma das rotas mais utilizadas pelos desertores norte-coreanos - com a intenção de chegar à Coreia do Sul.
Desde o fim da Guerra das Coreias, em 1953, cerca de 25.000 norte-coreanos fugiram do seu país e estabeleceram-se na vizinha Coreia do Sul, refere a AFP.
No entanto, desde que Kim Jong-Un lidera o regime norte-coreano, na sequência da morte do seu pai Kim Jong-Il, em dezembro de 2011, o número de refugiados que entrou na Coreia do Sul caiu mais de 40 % para 1.508 em 2012.
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