PSD de Coimbra quer avaliação da estrutura de combate aos fogos

| Política
Porto Canal com Lusa

Coimbra, 04 set (Lusa) - A distrital do PSD de Coimbra exigiu hoje uma avaliação da estrutura de comando de combate aos fogos florestais centrada na Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), alegando que a sua atuação este ano "comprovadamente correu mal".

Em conferência de imprensa, o presidente da distrital do PSD de Coimbra, Maurício Marques, responsabilizou o primeiro-ministro, António Costa, pela criação de uma estrutura nacional de comando na sequência dos incêndios de 2005 (quando detinha a tutela da Administração Interna), modelo que, alegou, "ainda não tinha sido verdadeiramente testado e colapsou no primeiro teste mais difícil".

"Nessa altura, António Costa disse claramente que os bombeiros tinham sido incompetentes para combater o flagelo de 2005. A reforma então implementada falhou, este ano, redondamente", enfatizou Maurício Marques, em declarações à agência Lusa.

"O atestado de incompetência passado aos bombeiros portugueses na sequência dos incêndios de 2005, pelo então ministro da Administração Interna, e hoje primeiro-ministro, António Costa, foi injusto", afirmou o dirigente social-democrata, aludindo à substituição dos chamados Comandantes de Zonas Operacionais, bombeiros "eleitos pelos seus pares, com experiência e conhecedores do território, por uma estrutura nacional, nomeada pelo Governo".

"O que aconteceu este ano permite duvidar se a estrutura, na altura, era ou não incompetente. Se calhar, os bombeiros não eram tão incompetentes como foram considerados em 2005. Nós não nos conformamos e queremos que o comando de combate aos incêndios seja avaliado", reafirmou Maurício Marques.

O presidente do PSD/Coimbra disse não entender que para comandar as operações de combate a um incêndio em Pedrógão Grande "tenha que ser deslocado um Comandante Distrital de Faro, ou para Góis tenha que vir o Comandante Distrital de Lisboa, ou para Penela o de Santarém. Será que em Coimbra ou em Castelo Branco não há comandantes competentes?", questionou.

"Em que situação ficam os responsáveis dos bombeiros que se esforçam todo o ano para depois serem preteridos nos momentos mais críticos, exatamente quando eram mais precisos? E os bombeiros confiam e reveem-se em comandantes que não conhecem, em quem nunca ouviram falar e com quem nunca trabalharam? São questões que nos merecem uma reflexão muito séria", argumentou Maurício Marques.

O líder da distrital social-democrata de Coimbra exigiu ainda que o Governo estenda a concelhos do distrito de Coimbra (Coimbra, Vila Nova de Poiares, Cantanhede ou Miranda do Corvo, afetados pelas chamas em agosto) os apoios à revitalização de zonas afetadas pelos incêndios florestais, decididas na sequência dos incêndios de Pedrógão Grande e Góis, no mês de junho.

"Importa também exigir ao Governo que rapidamente implemente ações concretas para minimizar o impacto ambiental que a extensa área ardida vai ter nos nossos aquíferos e linhas de água", frisou Maurício Marques, defendendo ainda que os proprietários florestais "não sejam deixados à sua sorte".

"Propusemos, na altura, [dos incêndios de junho] a criação de parques de receção de madeira para minimizar os prejuízos causados. Passado este tempo, nada se viu", lamentou.

JLS // SSS

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