Portugal entre os três países da OCDE onde as receitas fiscais mais caíram
Porto Canal / Agências
Redação, 17 dez (Lusa) - Portugal foi um dos três países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) onde as receitas fiscais em função do produto interno bruto (PIB) mais recuaram em 2012, revelou hoje a organização.
Em comunicado, a OCDE aponta uma quebra de 33% para 32,5%, entre 2011 e 2012, do peso das receitas fiscais em função do valor do PIB português.
Uma quebra de 0,5 pontos percentuais semelhante à registada no Reino Unido (onde este rácio diminuiu de 35,7% para 35,2%) e apenas superada pela registada em Israel (onde a descida foi de um ponto percentual, para 31,6%).
Nos 34 países da OCDE, o rácio médio das receitas fiscais em função do PIB situou-se nos 34,6% em 2012, mais 0,5 pontos percentuais do que os 34,1% de 2011 e seguindo-se aos crescimentos de 0,2 e de 0,3% registados, respetivamente, em 2010 e 2011.
Esta evolução inverteu a baixa registada no período 2007-2009, onde a carga fiscal recuou dos 35% para os 33,6%, mas ficou, ainda assim, abaixo do recorde de 35% de 2007.
O peso dos impostos que o Estado arrecada da economia aumentou em 21 dos 30 países para os quais existem dados disponíveis para 2012 - com destaque para a Grécia, Hungria, Itália e Nova Zelândia - tendo diminuído em apenas nove.
Segundo a organização, "o número de países onde o rácio aumentou e aqueles onde diminuiu permaneceu inalterado face a 2011, o que indica a manutenção da tendência para aumento das receitas".
O aumento da pressão fiscal entre 2011 e 2013 é atribuído pela OCDE "à conjugação de diversos fatores", nomeadamente a progressividade dos regimes fiscais, as subidas de impostos e o alargamento da base fiscal.
"Em regimes fiscais progressivos, as receitas [fiscais] crescem mais depressa do que o rendimento (PIB), durante períodos de crescimento real" da economia, lê-se no comunicado de imprensa da OCDE.
Por outro lado, acrescenta, "as alterações discricionárias de impostos podem ter desempenhado um papel, já que muitos países aumentaram impostos e/ou alargaram a base de impostos."
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