Presidente da CGD em silêncio sobre venda dos seguros

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 17 dez (Lusa) - O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), José de Matos, evitou hoje as questões dos jornalistas acerca do processo de privatização da Caixa Seguros, escusando-se a comentar o negócio que envolve interessados chineses e norte-americanos.

O banqueiro participava num evento em Lisboa destinado a apresentar o cartão Caixa Viva, o primeiro cartão bancário abrangido pelo sistema de bilhética Viva, desenvolvido pelos Operadores de Transportes da Região de Lisboa (OTLIS), que permite o pagamento automático de bilhetes de transportes.

Questionado à entrada e à saída da iniciativa sobre o negócio da venda dos seguros da CGD, José de Matos não adiantou nenhuma informação suplementar ao curto comunicado que o banco emitiu na segunda-feira a propósito da operação.

Nesse documento, o banco público limitou-se a confirmar que recebeu as propostas finais dos interessados à compra da Caixa Seguros, tendo fonte ligada ao processo de venda garantido à Lusa que na corrida continuam a norte-americana Apollo e a chinesa Fosun.

"As propostas dos interessados à operação de privatização da Caixa Seguros foram rececionadas pela CGD dentro do prazo previsto", anunciou em comunicado fonte oficial do banco público, acrescentando que se iniciará agora "um processo de avaliação das mesmas".

Em cima da mesa estão duas propostas concorrentes, uma apresentada pela Apollo Management International e a outra pela Fosun International Limited - assegurou à Lusa a mesma fonte, que pediu para não ser identificada -, que visam adquirir o controlo das seguradoras Fidelidade, Multicare e Cares, que formam a Caixa Seguros.

Ambas as sociedades tinham já sido selecionadas em setembro pelo Governo para participarem nesta fase da operação de privatização.

Na altura, o executivo adiantou que a proposta dos norte-americanos Apollo visava a aquisição "da totalidade das ações" das empresas seguradoras e a proposta dos chineses Fosun era "mista", apontando para a aquisição de uma participação maioritária (de 70% ou de 51%).

Contudo, tal como foi então realçado, na segunda fase da negociação com estes dois investidores, que agora terminou, poderia haver alterações nas propostas.

Por indicação governamental, foi nomeada uma Comissão Especial de Acompanhamento à privatização da Caixa Seguros, composta por José Manuel Costa, Diogo Leite Campos e Jorge Vasconcelos.

A imprensa especializada tem escrito nas últimas semanas que ambas as propostas (dos chineses e dos norte-americanos) superam os mil milhões de euros, acima do valor contabilístico das empresas em venda, que ascende a 930 milhões de euros.

A Caixa Seguros é líder em Portugal com uma quota de mercado superior a 30% e ainda não é líquido que a sua alienação ocorra por venda direta.

Caso as propostas apresentadas não correspondam às ambições do vendedor, o modelo de privatização poderá ser alterado e a dispersão do capital da Caixa Seguros em bolsa poderá ser equacionado.

DN // ATR

Lusa/fim

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