Mandela e outros temas extra-agenda ocuparam metade do tempo da Assembleia Municipal do Porto
Porto Canal / Agências
Porto, 17 dez (Lusa) - Nelson Mandela, os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, a STCP e mais quatro temas absorveram metade das mais de três horas da Assembleia Municipal do Porto que reuniu segunda-feira à noite.
A ordem de trabalhos continha nove pontos, mas os deputados não foram além dos três primeiros e reúnem outra vez esta terça-feira, à mesma hora.
Como a agenda é muito extensa e inclui temas como o orçamento camarário para 2014, os cinco grupos municipais já tinham antecipado que seria preciso uma segunda sessão, tendo-a marcado para a próxima sexta-feira, 20.
Ficou, porém, decidido que a assembleia prossegue já hoje porque o presidente da Câmara, Rui Moreira, não podia estar presente na sexta-feira.
A assembleia começou com o habitual período de antes da ordem do dia, que durou cerca de uma hora e meia, até perto das 2300, tendo sido apresentados dois votos de pesar, da CDU e do PS, pela morte recente de Nelson Mandela, e ainda mais seis propostas.
Os votos de pesar foram votados e aprovados rapidamente e por unanimidade, mas o mesmo não aconteceu com os restantes pontos.
O PS apresentou uma recomendação dirigida ao executivo para que, "no mais curto espaço de tempo", os corredores 'bus' possam ser utilizados por "veículos de duas rodas".
O PSD, pela voz de Francisco Carrapatoso, manifestou-se contra a ideia, que considerou precipitada, realçando que tais corredores são para "tornar o transporte coletivo mais fluido".
A proposta passou com os votos socialistas, da CDU e do Bloco de Esquerda (BE).
Discutiram-se e votaram-se depois três propostas da CDU, a primeira delas sobre o Centro de Saúde de Azevedo, em Campanhã.
A CDU quer que o centro seja reforçado com mais meios humanos e técnicos e que tenha melhores infraestruturas.
A proposta passou com 41 votos e duas abstenções.
O BE, por seu lado, apresentou uma moção defendendo "a suspensão do processo de subconcessão" dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, "que prevê o encerramento da empresa e o despedimento de 609 trabalhadores".
O deputado bloquista José Castro alegou que o Porto, "cuja história se entrelaça com a navegação", não pode ficar indiferente à "destruição anunciada" daqueles estaleiros que o Governo subconcessionou, através de concurso público, à empresa Martifer.
O PSD saiu em defesa da solução encontrada pelo Governo, a CDU considerou "razoável" a iniciativa do BE, porque "diz respeito à economia nacional", e o PS corroborou esta visão, atacando também o Governo.
O PS e a CDU votaram a favor da proposta do BE, que, contudo, acabou chumbada graças à aliança ocasional entre o PSD e grande parte dos deputados do grupo municipal Porto, O Nosso Partido, afeto ao presidente da Câmara, Rui Moreira.
Findo o período de antes da ordem do dia, que durou cerca de uma hora e meia, seguiu-se o tempo reservado aos presidentes de Junta de Freguesia, que o social-democrata Alberto Machado, de Paranhos, aproveitou para criticar as obras realizadas no Jardim de Arca d' Água.
Alberto Machado receia que não seja possível continuar a fazer ali as festas locais, em honra de Nossa Senhora da Saúde e reclama "algumas adaptações", tendo informado que já expôs o problema a Rui Moreira.
O eleito, que apoiou Luís Filipe Menezes nas eleições autárquicas de 29 de setembro, disse que as obras foram realizadas ainda no tempo de Rui Rio, algumas em plena campanha eleitoral.
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