'Troika' pede a Espanha que continue a vigiar "de perto" sector bancário

| Economia
Porto Canal / Agências

Madrid, 16 dez (Lusa) - A 'troika' (CE, BCE e FMI) considera que Espanha tem cumprido todas as condições impostas para o resgate ao setor bancário, que termina oficialmente em janeiro, mas recomenda que o Governo continue a vigiar "de perto" a estabilidade do setor.

Em causa está, segundo relatórios paralelos publicados hoje, as ameaças da crise e do crédito malparado nas contas da banca espanhola.

Os relatórios abrangem as conclusões preliminares da quinta visita dos responsáveis da 'troika' a Espanha, que decorreu entre 2 e 13 de dezembro, a última antes do fim do programa de resgate bancário, que termina oficialmente a 23 de janeiro.

Espanha utilizou 41.300 milhões de euros dos 100 mil milhões disponibilizados pelo Eurogrupo para reestruturar o setor bancário, sendo que a maior fatia, quase 30 mil milhões de euros foram para o nacionalizado Bankia.

Na sua análise a 'troika' (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) considera que o ambiente económico "continua a pesar no setor bancário", ainda que esse impacto "se tenha reduzido recentemente", o que já se evidencia nos resultados.

"A rentabilidade do setor bancário ver-se-á afetada nos próximos anos por uma contínua pressão na qualidade dos ativos, também devido à queda adicional dos preços da habitação, já que o ajuste no mercado imobiliário se reduziu mas ainda não se completou", referem os relatórios.

"Por isso, os supervisores e os legisladores devem continuar a vigiar de perto o funcionamento e a estabilidade do setor bancário", sublinha.

Destacam, em particular, a necessidade de "realizar uma preparação adequada" para a revisão de balanços e para a nova ronda de testes de stress que o BCE levará a cabo em 2014.

Em particular, recomenda, devem merecer especial atenção "os bancos que atualmente são propriedade do FROB, para garantir um modelo de negócios e um governo adequados para que estas entidades avancem" para uma eventual reprivatização.

A 'troika' reclama, além disso, à Sareb, que gere os ativos tóxicos dos bancos resgatados, que continue com os seus esforços para vender a sua carteira imobiliária "procurando maximizar os seus resultados financeiros e contribuir para o adequado funcionamento do mercado imobiliário de Espanha no seu conjunto".

Os relatórios confirmam o cumprimento das condições do resgate bancário, defendem uma continuada supervisão "proativa" do setor e sublinham que a situação de liquidez e financiamento do sistema melhorou.

Em termos de política económica, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu exigem que o Governo respeite "plenamente" os objetivos do défice, procure reverter o aumento na dívida pública e continuar na agenda de reformas, algo "imperativo para devolver a economia a um caminho de crescimento sustentável".

Antecipam uma "recuperação gradual da atividade" em Espanha, estimando também que "o fim da destruição de emprego está perto", apesar de permanecerem algumas situações de desequilíbrio.

ASP// ATR

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