Venezuela: Partido Comunista quer explicações sobre limites nos levantamentos bancários
Porto Canal com Lusa
Caracas, 17 ago (Lusa) - O Partido Comunista da Venezuela (PCV) pediu à nova Assembleia Constituinte que esclareça se existe no país restrições ao levantamento de dinheiro e uma "banca paralela", na sequência de queixas da população.
"Não há uma declaração oficial, como em outros países", mas na realidade existe, afirmou Carlos Aquino, do órgão dirigente do PCV.
Em declarações aos jornalistas, Carlos Aquino questionou se há uma restrição efetiva ou nota insuficientes, ao mesmo tempo que pediu que se investigue a existência de uma alegada "banca paralela", que funciona nos estabelecimentos comerciais.
Alguns estabelecimentos comerciais entregam dinheiro vivo às pessoas mediante uma comissão de 10% sobre o valor pretendido.
As instituições bancárias estão a limitar também o valor dos cheques que podem ser trocados em dinheiro, estendendo-se as limitações ao levantamento de pensões e reformas, afirmou.
"Além disso, são estabelecidos limites que não têm nenhuma relação com a realidade das ruas e obrigam as pessoas a recorrer à 'banca paralela'", frisou.
Fontes bancárias questionadas pela agência Lusa explicaram que os clientes podem trocar cheques até 30 mil bolívares (10,10 euros à taxa oficial de câmbio).
Os levantamentos nas caixas automáticas estão limitados a 10.000 bolívares diários e 40 mil ao mês (3,36 euros e 13,46 euros, respetivamente).
Na Venezuela, um café grande custa 3.000 bolívares (1,01 euros), um refrigerante 3.500 bolívares (1,17 euros), e uma sopa, num restaurante popular, à volta de 10.000 bolívares (3,36 euros).
A maioria das pessoas usa cartões de crédito e de débito para efetuar pagamentos, o que é impossível em vários casos, como nos estacionamentos e junto de camiões que distribuem produtos agrícolas.
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