Bispo da Guarda ficou "triste" com condenação de ex-vice reitor do Fundão

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Porto Canal / Agências

Guarda, 16 dez (Lusa) - O bispo da Guarda declarou hoje que ficou "triste" por o ex-vice-reitor do Seminário do Fundão ter sido condenado pelo tribunal a 10 anos de prisão por crimes de abuso sexual de menores.

Manuel Felício disse hoje, no final da leitura da mensagem de Natal, que a decisão judicial o "surpreendeu" e o deixou "triste".

"Com certeza que fiquei assim um bocadinho triste", disse o prelado diocesano, acrescentando que "a tristeza também pode ser imposta pelos factos".

A pena de 10 anos de prisão foi aplicada em cúmulo jurídico e o tribunal do Fundão deu como provados todos os crimes: abuso sexual de menores, abuso sexual de crianças e coação sexual.

A condenação teve em conta o número de atos praticados (19) e não o número de vítimas envolvidas, como pretendia a defesa.

De acordo com o que ficou provado em Tribunal, Luís Mendes, de 37 anos, abusou de seis crianças com idades entre os 11 e os 15 anos, cinco das quais alunos em regime de internato no Seminário do Fundão.

Os cinco seminaristas foram abusados entre 2011 e 2012 e a sexta vítima - aluno do padre no Colégio Nossa Senhora dos Remédios, Tortosendo, Covilhã - foi abusada em 2008.

A Diocese da Guarda anunciou, em comunicado, que a defesa do sacerdote iria recorrer da decisão, tendo o bispo optado por falar do assunto apenas no dia de hoje.

"Este é o meu primeiro pronunciamento sobre o assunto. Eu não tive nenhum pronunciamento antes, preferi não o fazer no dia, não o fazer no dia a seguir, porque [pretendi] permitir que outras posições fossem tomadas", justificou.

O bispo sublinhou que ficou "triste" com os acontecimentos e disse querer entender os factos com outro significado.

"Eu quero assumir estes factos como um convite a mim próprio, a nós padres e a nós Igreja, a aprofundarmos ainda mais a qualidade do nosso serviço".

Manuel Felício disse ainda que "os tribunais da Igreja estão empenhados em fazer justiça" e que esse empenho já o "obrigou a fazer duas deslocações a Roma para contactos com a Congregação da Doutrina da Fé, dicastério onde está sediado o tribunal que, por superior determinação da Santa Sé, julga estes casos".

"Portanto, a mesma colaboração que, desde a primeira hora garantimos aos tribunais civis e lhes continuaremos a garantir até ao fim, estamos a dá-la também ao tribunal eclesiástico competente para se pronunciar sobre esta matéria", referiu.

Indicou que o processo canónico tem quatro fases - investigação prévia; investigação no terreno; julgamento e sentença - tendo já sido cumprida a primeira.

"Eu comuniquei à Congregação da Doutrina da Fé e agora o processo vai continuar e espero que em tempo útil tenhamos a conclusão final", disse, acrescentando que os elementos que vão julgar o caso serão indicados pelo Vaticano.

O bispo lembrou que o Código de Direito Canónico prevê, para casos desta natureza, a expulsão do estado clerical, considerada "a pena maior".

ASR (CYC) // SSS

Lusa/fim

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