INE divulga PIB do 2.º trimestre, economistas prevêem crescimento homólogo de 3%

INE divulga PIB do 2.º trimestre, economistas prevêem crescimento homólogo de 3%
| Economia
Porto Canal com Lusa

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga esta segunda-feira a estimativa rápida para o crescimento da economia portuguesa no segundo trimestre, com os analistas a anteciparem um crescimento homólogo de 3% e em cadeia de 0,4%, em média.

De acordo com as estimativas dos analistas contactados pela Lusa, na comparação homóloga, o Núcleo de Estudos de Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP), da Universidade Católica, é a entidade que apresenta a projeção mais otimista (de 3,3%), seguindo-se o BBVA (3%), o Montepio (2,9%) e o ISEG - Instituto Superior de Economia e Gestão (2,8%), o que significa que, em média, a expectativa dos economistas aponta para um crescimento de 3% no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.

Também na comparação com o trimestre anterior, a previsão mais otimista é a do NECEP, que aponta para um crescimento em cadeia de 0,7%, seguindo-se a do BBVA (de 0,4%) e a do Montepio e a do ISEG, de 0,3% em ambos os casos, o que corresponde a um crescimento em cadeia de 0,4% no segundo trimestre, em termos médios.

O economista do NECEP João Borges Assunção disse à Lusa que "estas estimativas têm uma incerteza invulgarmente elevada", sobretudo devido a uma série de efeitos pontuais e de calendário no primeiro trimestre do ano, e admitiu "a possibilidade de um soluço no crescimento em cadeia" que, ainda assim, "será consistente com a continuação da recuperação da economia".

Recordando que, no primeiro trimestre, a procura externa líquida teve "um contributo expressivo" para o crescimento, Borges Assunção diz que este é "um dos efeitos pontuais que dificulta a estimativa do crescimento no segundo trimestre" e espera que, no segundo trimestre, o investimento e o consumo privado "venham a produzir os principais contributos para o crescimento em cadeia do PIB [Produto Interno Bruto]".

O economista-chefe do Montepio Rui Bernardes Serra, por seu lado, prevê que "as exportações observem, quer o maior crescimento anual em 2017 (+7,7%), quer o maior contributo para o crescimento da economia", e, quanto às exportações líquidas, antecipa que tenham tido "um ligeiro contributo para o crescimento do PIB (na ordem de 0,1 pontos percentuais)", tendo em conta que se prevê igualmente "um forte crescimento das importações".

Pelo BBVA, o economista-chefe, Miguel Cardoso, indicou à Lusa que haverá no segundo trimestre "uma contribuição da procura externa inferior à observada no primeiro trimestre do ano", antecipando que "as exportações tenham moderado o crescimento, após três trimestres de aumentos muito significativos", e que o consumo privado "tenha continuado a aumentar, ainda que abaixo do observado durante o primeiro trimestre".

Ainda assim, no global, Miguel Cardoso afirma que as exportações deverão "continuar a ajudar o crescimento durante a segunda parte do ano, em consequência da manutenção da recuperação em alguns dos principais parceiros da economia portuguesa e da continuação da perceção da insegurança em alguns destinos que competem com o turismo português".

Já António Ascensão Costa, do ISEG, espera que o consumo privado tenha crescido "bastante mais do que no primeiro trimestre" em termos homólogos, que a formação bruta de capital fixo se tenha "mantido ao nível do trimestre anterior", sendo expectável que, no global, o crescimento homólogo da procura interna "tenha excedido significativamente o do trimestre anterior".

Por oposição, o professor antecipa que a procura externa líquida no segundo trimestre tenha tido um comportamento "bastante menos favorável do que no primeiro trimestre", pelo que deverá ter tido um contributo negativo para o crescimento económico entre abril e junho.

A estimativa oficial mais recente do Governo aponta para um crescimento da economia de 1,8% este ano, depois de ter crescido 1,4% em 2016. No entanto, o ministro das Finanças já admitiu, em entrevista à Reuters, um crescimento superior a 3% entre abril e junho deste ano, o que resultará num crescimento anual de mais de 2%.

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