Catedral de Bragança está paga, bispo dá "graças a Deus"

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Porto Canal / Agências

Bragança, 12 dez (Lusa) -- A dívida da catedral de Bragança encontra-se finalmente liquidada, 30 anos depois do início daquela que se tornou na mais emblemática e problemática obra da Diocese de Bragança-Miranda, anunciou hoje o bispo José Cordeiro.

"Graças a Deus", desabafou o prelado, numa entrevista à Lusa em que admitiu que saldar esta dívida "é a libertação de um grande peso, quase um fantasma" para a Diocese.

O bispo confessa "sinceramente" não saber dizer "o volume total da obra", que "já vai em 30 anos, com sucessivas comissões e com três bispos".

José Cordeiro herdou este dossiê quando chegou à Diocese de Bragança-Miranda há dois anos.

"Eu já perguntei, tentei, estudei, vi, mas é impossível saber com clareza o custo total desta obra, isto dava para uma tese de doutoramento", brincou, explicando que "os dados estão disponíveis, só que são tantos e tão dispersos que é preciso fazer uma organização dos mesmos".

Mesmo sem as contas feitas, ao longo do percurso desta obra foram sendo avançados dados que apontam para um custo final de pelo menos no dobro dos 750 mil contos (3,75 milhões de euros) calculados quando o bispo António Rafael lançou a primeira pedra, em 1982.

José Cordeiro espera um dia "poder vir a saber todo este desenrolar da história desta catedral, que era intenção desde 1780, aquando da transferência da sede de Miranda para Bragança e da criação da Diocese Bragança-Miranda" e que foi construída à quinta tentativa.

A sua preocupação desde que chegou a Bragança "foi saber qual era a dívida real e tentar libertar deste peso a Diocese, procurando por todos os meios ao alcance da generosidade das pessoas".

Em dois anos conseguiu reunir os 650 mil euros em falta "pedindo às pessoas, às instituições, dentro e fora da Diocese, dentro e fora do país".

"Muitas aceitaram que o seu nome aparecesse e está numa lista que pode ser consultada, outras pediram o seu anonimato, mas são muitas as pessoas às quais a Diocese está agradecida", afirmou.

No dia 08 de dezembro foram contados os donativos que perfizeram os últimos 73.644 euros que faltava pagar.

O bispo realçou que, "com tudo isto, nunca foi beliscada a ação social da caridade na Diocese, nas diferentes instituições da igreja e as pessoas souberam sempre distinguir".

Mas reconhece que "as pessoas estavam cansadas de ouvir falar nas dívidas da catedral, também de dar para a catedral".

"Neste momento, nós podemos encerrar esse dossiê e olhar com mais alegria e com mais esperança para a nossa realidade", declarou.

A nova catedral de Bragança foi o desígnio dos 30 anos de episcopado do bispo António Rafael, que ficou conhecido como "o bispo da catedral" por ter insistido em construir uma nova "igreja mãe" na sede da Diocese.

O atual bispo entende que esta catedral "era necessária", mas "se calhar nestas dimensões, não".

HFI // JGJ

Lusa/fim

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