Tribunal do Porto absolve "vidente" Bambo Guirassy da acusação de extorsão
Porto Canal / Agências
Porto, 12 dez (Lusa) - A 3ª. Vara Criminal do Porto absolveu hoje Bambo Guirassy, autointitulado "grande medium vidente", do crime de extorsão de 16 mil euros a três casais, alegando falta de provas.
"Não se descortinam factos que alicercem as extorsões invocadas na acusação", lê-se no acórdão proferido, que foi transmitido aos advogados das duas partes pela juíza Paula Cristina Jorge Pires, no seu gabinete e numa brevíssima audiência.
O arguido Bambo Guirassy esteve ausente, porque pediu dispensa, que o tribunal concedeu, tendo sido representado pela sua advogada, Susana Pereira Coutinho.
"Fez-se justiça", comentou, simplesmente, a causídica.
O tribunal entendeu que "os ofendidos aceitaram, acordaram com o arguido o preço dos tratamentos e que depois arrependeram-se e tiveram que psicologicamente encontrar uma explicação para o facto de terem sido crédulos e de recuperarem o dinheiro que lhes fazia falta".
A defesa disse que os lesados foram indemnizados "integralmente" pelo professor Bambo, o que, aliás, aconteceu antes do início do julgamento.
No acórdão, o tribunal observa também que os membros de um dos casais lesados "tiveram dois depoimentos não muito coincidentes".
Outro casal que apresentou queixa contra o professor Bambo afirmou em tribunal que o arguido já lhe havia devolvido os 7.500 euros que tinham pagado por conta da consulta e do tratamento alegadamente prestados em 2008 e no ano seguinte.
Os dois disseram em tribunal que procuraram os serviços do professor Bambo numa altura em que enfrentavam grandes dificuldades na quinta onde trabalhavam, em Alijó.
"Fizeram-nos a vida negra lá na quinta", recordou a mulher, que hoje se encontra desempregada.
O filho, que também lá estava empregado, foi despedido e ela e o marido tiveram igual sorte mais tarde.
O casal ouviu muitos elogios a Bambo, numa rádio de Lamego, e tentou a sua sorte marcando também uma consulta, em agosto de 2008.
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