Exposição revela as obras inéditas "Orientalism and Reverse" de Tatiana Macedo

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 23 jul (Lusa) - O maior conjunto de obras inéditas em Portugal da série "Orientalism and Reverse", criada pela artista Tatiana Macedo, vai estar em exposição a partir de 28 de setembro, na Galeria Carlos Carvalho Arte Contemporânea, em Lisboa.

A exposição de fotografia, que é inaugurada às 19:00, ficará na galeria até 18 de novembro, e apresenta o trabalho da artista que venceu a primeira edição do Prémio Sonae Media Art, em 2015.

Parte desta série, que será apresentada em Lisboa, foi mostrada pela primeira vez na Feira de Arte de Roterdão, em 2011, na galeria Tegenboschvanvreden, depois, em Amesterdão, na mesma galeria, e, em 2012, na exposição coletiva "Rooms with a View", no edifício da Manifesta Biennial of Contemporary Art, na mesma cidade.

"Se o viajante vê através do aparato que o move no mundo, nesta série, paisagem e aparato tornam-se um só. Descobrir novos pontos de vista a partir dos quais se questiona a posição do sujeito, é uma prática recorrente da minha obra", refere a artista num texto sobre esta exposição.

Em 2013, a artista apresentou também cinco peças desta série na exposição "Visões do Desterro", na Caixa Cultural do Rio de Janeiro, no Brasil.

Em 2016, Tatiana Macedo apresentou uma seleção da série na sua exposição individual em Berlim, na Kunstraum Botschaft, e para esta ocasião editou um livro de artista com o mesmo nome.

Entrevistada pela agência Lusa no início deste ano, a vencedora da primeira edição do Prémio Sonae Media Art, avaliou que o galardão tinha tido "grande repercussão" na sua carreira, por ter dado "maior visibilidade" ao seu trabalho, e originado convites para criar novas obras.

Galardoada com um prémio de 40 mil euros, pela obra inédita "1989", Tatiana Macedo referiu, na altura, que o prémio bienal, organizado pelo Museu do Chiado, em Lisboa, com o patrocínio da Sonae, "suscitou mais curiosidade e atenção" ao seu trabalho.

Apesar de ter estado afastada de Portugal ao longo do ano passado, depois de ter conquistado o galardão, a fazer uma residência no centro de artes Künstlerhaus Bethanien, em Berlim, "os convites surgiram logo a seguir".

Um deles partiu do comissário-geral da programação do evento Lisboa Capital Ibero-americana da Cultura 2017, António Pinto Ribeiro, que lhe fez uma encomenda de um novo trabalho para expor no Museu do Aljube, em outubro.

"Esse convite surgiu não só por ele conhecer o meu trabalho, mas por ter gostado muito da obra vencedora", disse, acrescentando que o comissário "fez um desafio artístico e intelectual para pensar a questão das ditaduras", ou seja, para pensar "a prática artística, ou da falta dela, durante os períodos das ditaduras, infelizmente uma questão que une estes países" ibero-americanos, disse a artista à Lusa.

A obra inédita de Tatiana Macedo "1989", vencedora da primeira edição, é uma tripla projeção com som espacializado, em que a artista trabalhou três grandes linhas de questionamento: o documental, o ficcional e o arquivo, aspetos de importância fulcral no pensamento e prática artística da contemporaneidade, revelando uma investigação continuada na área do vídeo e do filme e das suas relações com a memória, a história e a cultura contemporâneas.

De acordo com a curadora independente Susanne Weiß, esta série de fotografias de Tatiana Macedo, inéditas em Portugal, provocam "uma atmosfera de desorientação".

"Na híbrida capital de Xangai, a artista aproxima a sua câmara das janelas de autocarros turísticos. Chegam em grupo e permanecem por breves momentos, dentro e fora dos autocarros", criando uma profundidade que "conduz o observador para dentro da fotografia, algures atrás ou por entre as cortinas".

O objeto da imagem "torna-se de tal forma vívido que deixa de ser interpretado enquanto autocarro turístico. Esta transformação de algo fluido em algo sólido assemelha-se a um manifesto orientalista: o objeto de desejo torna-se simultaneamente claro e vago", descreve a curadora.

Nascida em Portugal, em 1981, de ascendência angolana, Tatiana Macedo cresceu e estudou em Lisboa e em Londres, e a sua obra desenvolve-se transdisciplinarmente entre a instalação, a fotografia, o cinema, o som e as suas formas expandidas.

Durante o ano de 2016 foi artista residente na Künstlerhaus Bethanien, em Berlim, com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian.

AG // MAG

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