Polícia Municipal do Porto cria Plataforma de Estudos para Intervenção em Catástrofe
Porto Canal / Agências
Porto, 12 dez (Lusa) -- O comandante da Polícia Municipal do Porto revelou hoje que no 75º aniversário da força policial, na sexta-feira, vai ser criada uma Plataforma de Estudos para a Intervenção em Catástrofe, para melhorar a resposta a estas situações.
"O objetivo do protocolo com a Faculdade de Psicologia é estudar o impacto das crises e catástrofes nos interventores do terreno e criar uma plataforma de conhecimento para várias entidades começarem a trabalhar em conjunto para dar a estas situações", explicou à Lusa o comandante Leitão da Silva
O responsável referia-se ao acordo que vai ser assinado na sexta-feira para a constituição da "Plataforma de Estudos para a Intervenção em Crise e Catástrofe (PEPICC)" e envolve várias entidades, nomeadamente o Laboratório de Reabilitação Psicossocial da Faculdade Psicologia da Universidade do Porto, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), o Serviço de Intervenção em Crise da Cruz Vermelha Portuguesa e a PSP, entre outros.
No documento, a que a Lusa teve acesso, explica-se que "habitualmente os programas de saúde estão direcionados para cuidados médicos imediatos, negligenciando a assistência psicossocial de traumas e problemas de saúde mental", apesar de estudos recentes mostrarem "que as perturbações psiquiátricas e os problemas de saúde mental se tornaram a principal causa de incapacidade e uma das principais causas de morbilidade".
O protocolo defende que "a intervenção em crise pretende modificar o estado de desequilíbrio gerado por um evento emocionalmente stressante, que desorganiza as estratégias habituais de lidar com a situação" e "implica conhecimentos e procedimentos diferentes dos habitualmente utilizados em psicoterapia"
"A intervenção em crise ou catástrofe é habitualmente mais dirigida para as vítimas e para o socorro imediato, descurando-se frequentemente o impacto emocional e físico que a situação provoca no profissional/voluntário que presta socorro", destaca o acordo.
"Este ano decidimos assinalar a data trazendo qualquer coisa de novo em vez de fazer só balanços. Este é um protocolo multidisciplinar que envolve vários parceiros e que tem por objetivo prepará-los para intervenções em situação de crise ou catástrofe, mas também dar atenção aos impactos dos distúrbios pós-traumáticos nos agentes do terreno", explicou o comandante da Polícia Municipal (PM).
A "Plataforma de Estudos para a Intervenção em Crise e Catástrofe (PEPICC)" pretende "potenciar a articulação dos vários agentes do setor psicossocial, proteção civil, saúde e ensino superior que atuam neste domínio", explica a Câmara do Porto em comunicado.
O aniversário é também assinalado, às 09:00 na Faculdade de Psicologia, com a conferência "A gestão da imprevisibilidade, o controlo formal e a intervenção psicossocial em cenários de rutura", na qual estão confirmadas as presenças do "inspetor nacional da PSP, o Comandante Metropolitano da PSP do Porto, a presidente do INEM, o diretor do serviço de Psiquiatria do Hospital de S. João e dos presidentes das câmaras do Porto e Matosinhos, adiantou o comandante.
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