Ricardo Salgado diz que Novo Banco devia "permanecer português"

Ricardo Salgado diz que Novo Banco devia "permanecer português"
| Economia
Porto Canal com Lusa

O antigo banqueiro Ricardo Salgado afirmou hoje, em entrevista ao Dinheiro Vivo, que o Novo Banco devia ficar em mãos portuguesas, manifestando oposição à venda da instituição bancária ao fundo norte-americano Lone Star.

"No meu entender, a melhor solução para o Novo Banco era permanecer português, (...) quer fosse adquirido pela Caixa [Geral de Depósitos], quer [fosse] pelo Millenium BCP. Mas também pergunto: e o Banco de Fomento, para que é que serve? O Banco de Fomento podia perfeitamente ser recapitalizado pelo Estado para reforçar o Novo Banco", afirmou Ricardo Salgado.

O ex-banqueiro já tinha manifestado a mesma posição numa entrevista por correio eletrónico à agência noticiosa Bloomberg na semana passada.

O Novo Banco é o banco de transição que ficou com os ativos e passivos considerados não problemáticos do Banco Espírito Santo.

A Comissão Europeia aprovou em 10 de julho a operação de venda do Novo Banco à Lone Star, à luz das regras comunitárias de concentrações, mas o processo necessita ainda de um consentimento separado, a nível das regras de ajudas de Estado.

Milhares de pequenos investidores têm afirmado que perderam as poupanças, ao serem enganados para comprarem produtos do Grupo Espírito Santo (GES) aos balcões do BES, estando alguns a lutar em tribunal e o Governo a tentar arranjar uma solução para uma indemnização parcial.

Na entrevista, publicada nos diários JN e DN e também citada pela rádio TSF, o antigo CEO do banco disse que que nunca foi hostilizado pelos lesados do BES e que compreende as razões de queixa que apresentam.

Ricardo Salgado defendeu que sempre teve intenção de pagar tudo a toda a gente e, se não o fez, foi porque "o Governador do Banco de Portugal decidiu avançar com a resolução do BES".

Salgado acrescentou ter feito um mau julgamento do empresário angolano Álvaro Sobrinho e do empresário luso-angolano Hélder Bataglia, considerando que "os dois tiveram um papel terrível" na "destruição do BES em Angola", e acusou os dois homens de terem feito uma "gestão ruinosa" do BESA.

Após o colapso do BES português, o BESA foi intervencionado pelo Estado angolano, a 04 de agosto de 2014.

O Grupo Espírito Santo foi criado por José Maria Espírito Santo, que abriu a 'Caza de Câmbio', em Lisboa, em 1869 para vender e comprar títulos de crédito e lotarias.

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