PS avisa que acordo na reforma florestal é questão de "emergência nacional"

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 19 jul (Lusa) - O líder parlamentar do PS afirmou hoje que "continuam os trabalhos" para fechar um acordo para a reforma florestal, advertindo que esta é uma matéria de "emergência nacional" e que cada partido assumirá as suas responsabilidades.

Estas palavras foram proferidas por Carlos César no final da reunião do Grupo Parlamentar do PS, em que se manifestou confiante de que esta tarde, em plenário, em votação final global, será aprovada uma reforma da floresta, tendo como base quatro dos cinco diplomas apresentados pelo Governo.

Depois de uma alusão a um dos cinco diplomas cuja aprovação foi adiada para a próxima sessão legislativa (referente ao regime dos benefícios fiscais das entidades de gestão florestal), o líder da bancada socialista pronunciou-se sobre as restantes quatro propostas ainda em negociação, sobretudo com o Bloco de Esquerda e PCP.

"Continuamos a trabalhar nos restantes diplomas com o PCP e com o Bloco de Esquerda. Tem sido feito um trabalho muito construtivo, sem esconder as diferenças que há em relação a alguns aspetos de detalhe inerentes a essas propostas e que podem determinar uma posição global mais divergente", disse.

Segundo Carlos César, o PS confia que, no essencial, "a reforma merecerá uma aprovação esta tarde".

No entanto, logo a seguir, o presidente do PS deixou um aviso: "A questão de reforma florestal não é de vitória ou de derrota de nenhum partido político, mas de emergência nacional".

Carlos César defendeu então que "é preciso transmitir aos portugueses a confiança de que os legisladores estão a empreender uma reforma que, ainda que no imediato não produza os efeitos desejados - o fim dos fogos florestais e das suas mais terríveis consequências -, contribua para que a prazo esse fenómeno seja mitigado".

Interrogado se o Governo e o PS não terão levado longe demais as suas negociações com o PCP e Bloco de Esquerda, até pelo facto insólito de deputados socialistas terem esta madrugada votado na comissão parlamentar de agricultura contra textos constantes na proposta inicial do executivo, Carlos César rejeitou essa tese.

"O PS não entende que esta reforma deva ser aprovada com quaisquer orientações. Há prioridades no âmbito dessa reforma que devem ser acauteladas e há detalhes importantes a acautelar", reagiu.

Esse trabalho negocial, de acordo com o líder da bancada socialista, "foi feito durante toda a noite de terça-feira, até às 07:00 da manhã de hoje e prossegue neste momento". "Vamos certamente ter o desfecho que corresponde ao sentido de responsabilidade de todos os partidos. Mesmo aqueles que votam contra assumem as suas responsabilidades", declarou.

Carlos César deixou depois mais um aviso: "No fim das votações, cada um de nós terá certamente algo a dizer sobre aquilo que se passou".

Na terça-feira, a meio da tarde, o Governo assegurou já ter um acordo global com o Bloco de Esquerda, PCP e "Os Verdes" para a aprovação da reforma florestal.

Porém, esta madrugada, na questão do banco de terras, o Bloco de Esquerda recusou-se a apoiar o texto negociado entre o PS e o PCP para tornar mais complexo o processo de passagem para o Estado de terrenos sem proprietário conhecido.

O Bloco de Esquerda votou então ao lado do PSD e do CDS-PP um texto semelhante ao que constava na redação inicial da proposta do Governo sobre propriedades sem dono conhecido.

PMF // JPS

Lusa/fim

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