Venezuela: Presidente pede diálogo após consulta da oposição
Porto Canal com Lusa
Caracas, 18 jul (Lusa) - O Presidente da Venezuela pediu na segunda-feira aos venezuelanos que participem num diálogo político, para alcançar "um grande acordo nacional de paz".
O apelo ao diálogo foi feito no dia seguinte à participação de mais de 7,5 milhões de venezuelanos numa consulta simbólica, realizada pela oposição venezuelana, contra o projeto de eleição de uma Assembleia Constituinte, promovido por Nicolas Maduro.
"Apesar da insensatez da oposição venezuelana, reitero o meu apelo para um diálogo pela paz (...) A minha disposição absoluta é de que continuem as conversações que se iniciaram (em outubro de 2016) e resultem num grande acordo nacional de paz, de trabalho e prosperidade", disse.
Nicolás Maduro falava numa intervenção televisiva, a partir do palácio presidencial de Miraflores, durante a qual disse ter assumido o título de "campeão mundial da paz" e acusou a oposição de "fraude, má intenção, perversidade" e de estar ao serviço de potências estrangeiras.
"Apesar das nossas diferenças, não as podemos dirimir com tiros, com violência, com incêndios". Todas as nossas diferenças devem ser ultrapassadas com palavras", sublinhou. O Presidente venezuelano advertiu a oposição de estar a "perder tempo".
Maduro condenou a existência de uma alegada aliança entre a hierarquia da Igreja católica e setores da oposição.
Os bispos "preferem estar com os ricos, com priveligados", acusou.
Nicolás Maduro pediu aos católicos que reflitam sobre "a farsa e perversão dos cardeais" prontos "a servir o grande capital e a prejudicar o povo e a paz".
Segundo a oposição venezuelana, mais de 7,5 milhões de cidadãos participaram no plebiscito de domingo, e 98% votaram contra a eleição de uma Assembleia Constituinte.
O vice-presidente do parlamento e opositor, Freddy Guevara, pediu ao Governo para "ler corretamente" os resultados do referendo de domingo.
Guevara mostrou-se disposto a debater soluções para "a tragédia coletica" que vive o país, se Maduro retirar a proposta de escolher a 30 de julho uma Assembleia Constituinte e restabelecer a "ordem constitucional" na Venezuela.
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