Candidato do PSD a Loures rejeita acusações de xenofobia

| Política
Porto Canal com Lusa

Loures, Lisboa, 17 jul (Lusa) -- O candidato do PSD/CDS-PP/PPM à Câmara Municipal de Loures, André Ventura, rejeitou hoje ter tido qualquer intenção xenófoba ao falar publicamente da comunidade cigana, sublinhando que apenas criticou situações de incumprimento da lei.

"O que preocupa a candidatura são questões de segurança e cumprimento da lei, na defesa do património público e das pessoas de bem, independentemente da raça ou etnia. [...] Boa parte das pessoas que fica muito incomodada quando são denunciadas estas situações nunca se deslocou a algumas dessas zonas e não tem ideia do 'barril de pólvora' que lá se vive diariamente", refere o candidato em comunicado.

André Ventura afirmou numa entrevista publicada hoje pelo jornal i que há pessoas que "vivem quase exclusivamente de subsídios do Estado" e que acham "que estão acima das regras do Estado de direito", considerando que tal acontece particularmente com a etnia cigana.

Já na quinta-feira passada, o candidato tinha falado sobre uma "excessiva tolerância com alguns grupos e minorias étnicas", numa entrevista ao portal Notícias ao Minuto, o que motivou uma queixa à Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial contra o candidato, por parte do cabeça de lista do BE, Fabian Figueiredo, por "declarações contra as minorias étnicas".

Nesse dia, em declarações à Lusa, André Ventura referiu que tinha direito a ter a sua opinião e lamentou que em Portugal "o limite da liberdade de expressão seja sempre ultrapassado quando se passa o politicamente correto".

Já hoje, em comunicado, o candidato social-democrata negou ter quaisquer intenções xenófobas contra a comunidade cigana e repudiou as associações ou grupos de caráter racista ou xenófobo.

"Ao longo da minha vida sempre convivi bem com pessoas de várias raças e etnias e diferentes credos. Quando digo que somos tolerantes com algumas minorias, refiro-me a certos casos em que manifestamente a lei não é cumprida", explicou.

"Nunca foi minha intenção estimular ou aprofundar este tipo de sentimentos no debate público", acrescentou.

O candidato disse que o poder autárquico e o Estado não se podem conformar com situações de desordem pública em que as autoridades não conseguem repor a ordem, referindo-se a "zonas mais problemáticas" do concelho de Loures em que "frequentemente a polícia é recebida com atos de violência".

No seu entender, é preciso denunciar estas situações e apostar em políticas de integração.

O presidente da concelhia do PSD de Loures (distrito de Lisboa), Ricardo Andrade, defendeu a legitimidade das declarações de André Ventura, ressalvando que "em nenhum momento os sociais-democratas equacionaram retirar-lhe a confiança política.

"É uma pena que tenha de existir esta polémica para as pessoas olharem para Loures e verem os problemas que aqui existem. O que está aqui em causa são políticas de integração e a necessidade de que todos cumpram a lei, independentemente das raças, etnias ou credos", afirmou o líder social-democrata concelhio à Lusa.

O CDS-PP, um dos partidos que apoiam André Ventura em Loures, reagiu também, através do líder da distrital de Lisboa, João Gonçalves Pereira, dizendo que o partido iria "aguardar pelos esclarecimentos" do candidato.

Ao final da tarde, a secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Martins, instou o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, a retirar a confiança política a André Ventura.

A Câmara Municipal de Loures é presidida desde 2013 pelo comunista Bernardino Soares, que se recandidata ao cargo, encabeçando uma lista da CDU.

O atual executivo é ainda composto por quatro vereadores da CDU, por quatro do PS e por dois da Coligação Loures Sabe Mudar (PSD, MPT e PPM).

Além de Bernardino Soares, André Ventura e Fabian Figueiredo, o PS concorre à presidência da Câmara com uma lista liderada por Sónia Paixão.

As eleições autárquicas decorrem a 01 de outubro.

FYS (VAM/ACL) // ROC

Lusa/fim

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