Associação defende criação de zona piloto em Góis para novo ordenamento do território

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Porto Canal com Lusa

Góis, Coimbra, 16 jul (Lusa) - Góis e o centro do país podem ser uma "zona piloto" para um novo modelo de ordenamento florestal, em que não se conceba a propriedade privada sem responsabilidade coletiva, defende a associação de Desenvolvimento Integrado Beira Serra (Adiber).

Em declarações à Lusa quando passa um mês dos incêndios que destruíram mais de 50 mil hectares de floresta em vários concelhos da região Centro, fazendo 64 mortos e cerca de 200 feridos, o presidente da Adiber, Miguel Ventura, define como prioridade o trabalho conjunto entre municípios.

"A oportunidade imediata é trabalharmos em conjunto para recuperar o que foi destruído, os espaços florestais, manter a esperança, a crença e o otimismo nesta população que foi afetada", afirmou.

O responsável defende ainda que haja um "'Simplex' para o interior", um programa que simplifique o licenciamento de "atividades económicas, construção e reconstruções".

Miguel Ventura lembrou que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro estima em cerca de 300 milhões o dinheiro necessário para relançar a economia nos sete concelhos afetados pelos incêndios de junho e espera que alguma chegue a Góis, no distrito de Coimbra.

"Precisamos de medidas de exceção, de simplificação", defendeu, frisando que é preciso mudar a mentalidade coletiva para que se assuma que a pertença de uma pessoa acarreta uma responsabilidade coletiva de proteção e defesa dos recursos, no caso da floresta.

Os prejuízos materiais causados pelos incêndios não se limitam aos concelhos onde andaram as chamas: Arganil, a nordeste de Góis, teve prejuízo por causa do "afastamento de pessoas que deixaram de ter motivação para vir a este território, porque criaram alguns receios".

O objetivo é conseguir um "território cuidado, preservado e capaz de gerar rendimentos", a única maneira de fixar população e demonstrar que "estas regiões do interior, de baixa densidade, são também necessárias e fundamentais ao progresso do país.

Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.

A área destruída por estes incêndios na região Centro corresponde a praticamente um terço da área ardida em Portugal em 2016, que totalizou 154.944 hectares, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna divulgado pelo Governo em março.

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