Óbito/Liu Xiaobo: Editora portuguesa destaca a sua luta pelos Direitos Humanos
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 13 jul (Lusa) -- A editora Marta Ramires, do Grupo LeYa, que publicou o livro "Não Tenho Inimigos, Não Conheço o Ódio", de Liu Xiaobo, que hoje faleceu aos 61 anos, na China, destacou o papel do escritor, na luta pelos Direitos Humanos.
"Lamentamos a morte do brilhante autor, professor e intelectual que foi Liu Xiaobo e, muito em particular, do ativista pelos direitos humanos e por reformas na República Popular da China", afirmou à agência Lusa Marta Ramires.
A editora recordou a primeira publicação em Portugal, em 2011, do livro "Não Tenho Inimigos, Não Conheço o Ódio", de autoria do vencedor do Prémio Nobel de Paz de 2010.
Segundo comunicado da Casa das Letras, que chancelou a obra, Liu Xiaobo apresenta nela "os seus quase desconhecidos escritos e ensaios, que versam sobre características políticas e aspetos culturais chineses, bem como o papel crescente da China no contexto internacional".
A casa editora do Grupo LeYa destacou na obra "os ensaios sobre a eleição de Barack Obama e sobre o massacre de Tiananmen".
Liu Xiaobo "também mostra o seu lado mais sensível e delicado, enquanto escritor, com um surpreendente conjunto de poemas, que mais não são do que um retrato vivo do que é o passado, presente e futuro desta cultura milenar", acrescentou a Casa das Letras.
Liu Xiaobo morreu hoje, vítima de cancro do fígado, num hospital de Shenyang, no nordeste da China, onde estava internado desde 26 de junho, depois de ter passado mais de oito anos preso por "subversão".
O Comité Nobel da Paz, que distinguiu Liu Xiaobo em 2010, acusou o Governo da China de ter "uma pesada responsabilidade na morte prematura" do dissidente, ao privá-lo de "tratamento médico adequado".
Para a organização Human Rights Watch, a morte do dissidente chinês Liu Xiaobo "mostra a crueldade" do Governo da China em relação aos defensores pacíficos dos Direitos Humanos e da democracia.
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