Governo admite que "bons resultados" económicos possam ser secundarizados no debate

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 11 jul (Lusa) -- O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares admite que no debate do Estado da Nação os resultados económicos do Governo possam ser secundarizados, mas espera que a oposição não retire "dividendos político-partidários" de uma tragédia como a dos incêndios.

Em declarações à agência Lusa a propósito do debate de quarta-feira no parlamento, Pedro Nuno Santos salienta que na dimensão económica, social e orçamental os resultados do Governo no último ano "são objetivamente bons".

"Portugal está a crescer a um ritmo como nunca tinha crescido antes desde que está no euro e isso é um resultado muito relevante", destaca o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.

Do ponto de vista social, o governante refere a descida da taxa de desemprego para abaixo dos 10% e a criação de 150.000 novos empregos e, do ponto de vista orçamental, a saída do Procedimento do Défice Excessivo e a descida das taxas de juro.

"Depois de um ano em que o Governo batalhou para ganhar credibilidade do ponto de vista interno e externo essa batalha foi ganha", defendeu, considerando que "desse ponto de vista o país está claramente melhor".

No entanto, questionado se teme que o debate possa ficar marcado pelas consequências dos incêndios e o furto de material de guerra nos Paióis Nacionais de Tancos, o governante referiu-se concretamente à morte de 64 pessoas no incêndio que deflagrou a 17 de junho em Pedrógão Grande.

"Obviamente que uma tragédia dessas dimensões secundariza os resultados obtidos no plano económico, social e orçamental (...) Estas duas dimensões acabam por compor inevitavelmente o que será o debate do Estado da Nação", considerou, assegurando que o Governo irá prosseguir no apuramento da verdade e do apoio às vítimas.

O secretário de Estado disse ainda esperar que "a oposição não use esta tragédia para tirar dividendos políticos partidários, e também faça o debate do que aconteceu na dimensão económica e social" em Portugal.

"A oposição anda à procura há um ano e meio de uma linha de ataque ao Governo e a verdade é que ainda não conseguiu", criticou, acusando PSD e CDS-PP de fazerem "os maiores cortes de que há memória" e virem agora pedir que não se façam cativações.

Quanto aos partidos da chamada 'geringonça', Pedro Nuno Santos rejeita que as suas críticas tenham subido de tom nos últimos tempos.

"O PCP, BE e Verdes são três parceiros muito exigentes e foram sempre muito exigentes ao longo do último ano, isso não mudou nada", salientou, garantindo que os quatro partidos que sustentam a atual maioria continuarão "a trabalhar afincadamente para que o país seja um melhor sítio para se viver".

As declarações de Pedro Nuno Santos foram feitas à Lusa antes de serem conhecidas as demissões dos três secretários de Estado -- Rocha Andrade, João Vasconcelos e Jorge Costa Oliveira -, a pedido dos próprios, que solicitaram ao Ministério Público a sua constituição como arguidos no inquérito relativo às viagens para assistir a jogos do Euro2016 a convite da Galp.

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