Câmara de Santo Tirso altera derrama para atrair investimento
Porto Canal / Agências
Santo Tirso, 10 dez (Lusa) - A Câmara de Santo Tirso decidiu isentar do pagamento da derrama novas empresas e o pequeno comércio, uma medida que visa, diz o executivo socialista, a "atração de investimento privado" mas que a oposição considera ser "pouco significativa".
Hoje a Câmara de Santo Tirso decidiu isentar do pagamento da taxa de derrama, por um período de dois anos, as empresas que se instalem neste concelho e criem mais de cinco novos postos de trabalho e ainda aquelas que, no ano de 2014, tenham um volume de negócios inferior a 40 mil euros.
Foi, igualmente, deliberado baixar o valor da derrama para empresas com um volume anual de faturação inferior a 150 mil euros, fixando-o, em 2014, em 1,20%, contra os 1,25 em vigor. Já a taxa para as empresas com um volume de negócios superior aos 150 mil euros, essa mantém-se em 1,50%.
A medida foi aprovada, em reunião de Câmara, pela maioria socialista liderada por Joaquim Couto que, em declarações aos jornalistas, explicou que esta ideia visa "amortecer as políticas de austeridade que estão a ser postas em prática em Portugal".
"As medidas aprovadas são um inequívoco sinal de que o executivo municipal está a fazer um esforço com vista a amortecer as políticas de austeridade que estão a ser postas em prática em Portugal e a criar condições favoráveis para a atração de investimento privado no concelho", disse o presidente da autarquia de Santo Tirso.
Mas para a oposição, esta medida "não é significativa". Os vereadores da coligação PSD/PPM consideram que esta redução "não tem expressão nem impacto para a generalidade das empresas".
"A proposta do PS [executivo de Joaquim Couto] deixa de fora uma parte considerável do tecido empresarial de Santo Tirso. Algumas empresas visitadas pelo senhor presidente durante a campanha eleitoral são agora marginalizadas. Tão importante como atrair é fixar. É tão importante trazer novas como manter as existentes", disse, à agência Lusa, o vereador do PSD/PPM, Alírio Canceles.
O município de Santo Tirso garante, também, ter como objetivos "a dinamização do comércio local", por este estar "a atravessar um período particularmente difícil, por força da perda de poder de compra das famílias e do brutal aumento de impostos", segundo afirmaram os responsáveis desta edilidade, mas Alírio Canceles contrapõe. "Há pouco tempo assistiu-se à saída de empresas de S. Martinho do Campo [freguesia de Santo Tirso] que saltaram para Lordelo [concelho de Guimarães] e o mesmo acontece com as lojas, com o comércio de rua, com o mercado tradicional", disse o vereador do PSD/PPM.
A derrama incide sobre os lucros tributáveis em sede de Imposto sobre Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC).
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