Porto, 10 dez (Lusa) -- O presidente da Câmara do Porto garantiu hoje que o orçamento municipal de 2014 inclui um aumento de "325 mil euros" na "programação cultural" e admitiu não ter "conteúdos programáticos" para os teatros Rivoli e Campo Alegre.

"Há 325 mil euros de aumento na programação cultural. O que não temos são os conteúdos programáticos que queremos ter no Rivoli e no Teatro do Campo Alegre. Para isso são precisos apoios mecenáticos porque se trata de uma verba substancial", esclareceu Rui Moreira, em declarações aos jornalistas no fim da reunião privada do executivo em que foi aprovado o orçamento para 2014 com a abstenção do PSD e o voto contra da CDU.

A oposição criticou as opções da autarquia nas contas do próximo ano para a Cultura, defendida pelo independente Rui Moreira como prioritária.

Ricardo Almeida, do PSD, alertou que o documento prevê para o teatro Rivoli "absolutamente nada" e que o pelouro da Cultura tem para 2014 "3,3 milhões de euros para tudo".

"É um retrocesso em relação ao que foi defendido por Rui Moreira", lamentou.

Pedro Carvalho, da CDU, disse não compreender as explicações dadas para a subida de 10% de investimento na área indicada pela autarquia, esclarecendo que "a 'dinamização cultural' recebe 1,8 milhões de euros no orçamento de 2014 e que em 2013 foram atribuídos 1,9 milhões à 'cultura e lazer'".

"Não só não se vislumbra um aumento, como há uma redução do objetivo programático. As despesas globais [do pelouro] aumentam, mas porque incluem os custos de estrutura e pessoal", alertou o comunista.

A Câmara do Porto vai afetar em 2014 à direção municipal da Cultura 3,3 milhões de euros do orçamento global de 184,5 milhões de euros, escreve-se nos documentos de gestão previsional a que a Lusa teve acesso.

A proposta indica, nas "Grandes Opções do Plano", a afetação de perto de 1,9 milhões de euros para a "Dinamização da Cultura".

A diferença de valores poderá explicar-se com a distinção feita entre duas valências da direção municipal de Cultura, já que o documento destaca os 1,9 milhões de euros "afetos, entre outros, aos teatros Rivoli e Campo Alegre, às fundações de Serralves e da Casa da Musica e ao apoio às obras de requalificação da Torre dos Clérigos", escreve-se no documento.

Apontando a área como "fator de desenvolvimento", o documento refere que este conjunto de equipamentos culturais dá ao Porto "uma dimensão cosmopolita rara entre cidades da sua dimensão", tendo, "um papel fundamental contra a desertificação e a degradação urbana".

O pelouro da Cultura, cuja dotação total é de 3,3 milhões de euros, conta ainda com 1,4 milhões de euros destinados ao "funcionamento e as atividades culturais inseridas nos museus e património cultural, arquivos e bibliotecas", explica a proposta.

O mesmo documento refere que, no âmbito da "Função Social" do município, a Cultura "absorve 9,6 milhões de euros, ou seja, 5,2% do orçamento global".

Numa nota de imprensa divulgada na terça-feira, a Câmara do Porto sublinhava que a Cultura, "enunciada como um dos pilares da candidatura de Rui Moreira à Câmara do Porto, é alvo de um reforço substancial de orçamento no próximo ano, que se cifra em cerca de 10%.

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