Redução "cega" do Estado terá custos para cidadãos e empresas - Ribau Esteves
Porto Canal / Agências
Aveiro, 05 jun (Lusa) - O presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) e antigo secretário-geral do PSD, Ribau Esteves, defendeu hoje que a reforma do Estado não deve ter uma "perspetiva cega" de redução de quadros.
"Reformar a administração pública no sentido de aumentar a sua eficiência e eficácia, numa lógica de sustentabilidade financeira e técnica, prestando serviços de qualidade, têm de ser os objetivos essenciais a atingir", defendeu Ribau Esteves.
Para Ribau Esteves não é desejável que "a perspetiva cega da redução de quadros propicie uma administração pública desqualificada e fonte de problemas e de custos para os cidadãos e as empresas".
As declarações foram proferidas por Ribau Esteves na qualidade de presidente da CIRA, a propósito do acordo a assinar na quinta-feira com a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA), que garante estágios aos alunos nessas autarquias.
O acordo entre a escola politécnica da Universidade de Aveiro (UA) e a instituição que representa onze municípios da Beira-Litoral vai permitir que não só os estudantes daquele curso tenham acesso garantido a estágios nas câmaras municipais membros da CIRA, como, através de um programa de tutoria, serem acompanhados desde o primeiro ano e individualmente por um quadro superior autárquico.
Trata-se de um acordo inédito no país, no que toca ao acompanhamento de estudantes por tutores autárquicos, que pretende "antecipar a reforma da administração pública com a formação de quadros qualificados que possam ajudar à sua modernização e eficiência".
Da sua aplicação, prevê o presidente da CIRA, vái resultar um ganho de "recursos humanos melhor formados, novas ideias e energias para os municípios, cidadãos mais conhecedores e atentos e participação num processo de formação com relevante interesse público".
Gonçalo Paiva Dias, diretor da ESTGA, partilha da visão de Ribau Esteves: "estamos a viver um processo de reforma da administração pública que não pode passar apenas por encolhê-la. Tem de passar pela entrada de quadros qualificados para a administração pública, para que a possam ajudar a modernizar-se e a tornar-se mais eficiente".
Paiva Dias considera que "a qualificação média dos recursos humanos das câmaras municipais ainda é relativamente baixa" pelo que "é claramente necessário haver reforço a esse nível".
A inserção posterior no mercado de trabalho por parte dos estudantes da Licenciatura em Gestão Pública e Autárquica da ESTGA é objetivo assumido do protocolo, que prevê estágios com a duração de dois meses, orientados por tutores oriundos dos quadros superiores das autarquias, nas áreas da gestão contabilística, financeira, de recursos humanos e de sistemas de informação.
O protocolo é celebrado na quinta-feira, pelas 10:00, no auditório da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda, com a presença de Manuel António Assunção, reitor da Universidade de Aveiro, José Ribau Esteves, presidente da CIRA, e Gil Nadais, presidente da Câmara de Águeda.
MSO // JGJ
Lusa/Fim