PME de Braga representa líder do sector das pedras naturais nos PALOP

| Economia
Porto Canal / Agências

Braga, 06 dez (Lusa) - Uma PME de Braga, especialista na "arte de trabalhar a pedra", foi a escolhida por uma empresa italiana líder mundial na extração de pedras naturais para entrar no mercado lusófono.

Em entrevista à agência Lusa, um dos fundadores do Mercado da Pedra, Paulo Castro, explicou que o "namoro" entre esta empresa e a italiana Antolini "já era antigo", e que a concretização desta parceria permitiu à empresa bracarense criar um "impulso" para contornar a crise e ainda criar postos de trabalho.

A PME Lusa vai agora representar a Antolini como agente internacional tendo acesso ao seu catálogo de pedras naturais, oriundas de países como Brasil, Índia e China, entre outros, e possibilitando a entrada da marca italiana em mercados nos quais o Mercado da Pedra já marca presença, como Angola e outros países da lusofonia.

A atividade do Mercado da Pedra, empresa fundada em 2004, estava vocacionada, essencialmente, para as "grandes obras que entretanto desapareceram ou abrandaram", segundo explicou o responsável, com a crise no setor da construção civil em Portugal.

"Não conseguiríamos mais sobreviver apenas nesse segmento. Talvez a crise tenha sido um impulso para termos partido para esta parceria", disse.

Paulo Castro afirmou mesmo que "se ainda se vivesse o momento auge das obras", o Mercado da Pedra "não teria tido tempo para se dedicar a este projeto e não teria saído daquela que era a zona de conforto" da empresa.

Se para a PME bracarense a parceria com os italianos trouxe a possibilidade de "dar a volta" à crise, para a Antolini a empresa portuguesa é um meio para entrar em novos mercados.

"O Mercado da Pedra será agora agente internacional da Antolini para os mercados lusófonos, onde já estamos presentes (...). Além disso este novo segmento de trabalho permitiu-nos criar já quatro novos postos de trabalho e pretendemos criar ainda mais", explicou o responsável.

Apesar das vantagens na "mudança de orientação", o Mercado da Pedra acarretou riscos ao aceitar ser o rosto da marca italiana, implicou um investimento de cerca de dois milhões de euros, e mudanças na empresa.

"Este ano fomos penalizados no volume de faturação por estarmos quase um ano encerrados em obras devido a esta nova orientação. Faturámos apenas cerca de um milhão de euros quando o nosso volume atingia os três milhões por ano", revelou.

Mas, apontou, "a expectativa agora é superar esse volume [os três milhões de euros] de faturação".

Sobre a parceria, Paulo Castro adiantou ainda que a empresa italiana vai fornecer a matéria-prima pronta a trabalhar mas que a "arte de transformar a pedra" é portuguesa.

"A tecnologia usada na extração da pedra é italiana mas nós temos um grande trunfo, a mão-de-obra especializada", afirmou Paulo Castro, que lamentou, no entanto a perda desta "mais-valia" por "falta de formação e de jovens interessados em seguir essa área".

O Mercado da Pedra inaugurou hoje um showroom, o "pontapé de saída" da parceria com a empresa italiana, onde estarão em exposição alguns exemplos do que é possível fazer com pedra, "muito mais do que as tradicionais utilizações".

JYCR // MSP

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