Autarca confia no regresso do "Vilar de Mouros" apesar do chumbo ao registo da marca
Porto Canal / Agências
Caminha, 06 dez (Lusa) - O autarca de Caminha mostrou-se hoje convicto de que o festival de Vilar de Mouros regressará em 2014, apesar de o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) ter recusado, esta semana, registar a marca a favor do município.
Este processo de registo, recordou à Lusa o socialista Miguel Alves, foi desenvolvido ainda pelo executivo camarário social-democrata anterior e deu entrada a 31 de agosto, depois de assinado, antes das eleições autárquicas, um protocolo para o novo figurino do festival de música.
"Acho que o festival esteve ameaçado, mas estou convencido que vai realizar-se [em 2014]. A marca, porque já tivemos uma reunião esta semana com o detentor, estará nas mãos da Câmara de Caminha muito em breve", apontou Miguel Alves.
Eleito a 29 de setembro presidente da Câmara de Caminha, o autarca refere que o INPI recusou esta semana, provisoriamente, o registo da marca do evento a favor do município, pelo que se manterá desta forma na posse dos anteriores promotores do festival, cuja última edição aconteceu em 2006.
"Encontramos muita abertura e disponibilidade [da parte dos detentores da marca], por isso é um assunto que tenho a certeza que será ultrapassado na próxima semana. Encontraremos uma boa solução para o município de Caminha e tenho esperança que isso não obrigue a qualquer tipo de contrapartida", afirmou ainda.
O regresso do festival de Vilar de Mouros em 2014 foi um dos principais temas da última campanha em Caminha, perante as críticas dos socialistas ao protocolo para a sua organização, celebrado a poucas semanas das eleições pelo executivo social-democrata anterior, que viria a perder aquela autarquia.
Entretanto, a 18 de novembro, o novo presidente da Câmara anunciou um novo protocolo para a sua organização, assumindo ter sido "crítico", durante a campanha eleitoral, da forma como o processo foi conduzido.
"Com esta decisão do INPI constatamos que não podia existir o primeiro protocolo, porque a Câmara de Caminha, afinal, não era detentora da marca 'Festival Vilar de Mouros'. Mas temos o objetivo de avançar com este novo protocolo, que na prática será o primeiro", sublinhou Miguel Alves.
Por decisão do executivo social-democrata que liderava a autarquia, a organização do festival foi entregue a uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), através de um protocolo celebrado em agosto e entretanto já revisto por todas as partes.
A organização manter-se-á, segundo protocolo estabelecido anteriormente, a cargo da Associação dos Amigos dos Autistas (AMA), uma IPSS que, em conjunto com a Câmara de Caminha e com a Junta de Freguesia de Vilar de Mouros - proprietária dos terrenos -, assumirá essa função até 2017.
O novo protocolo conhecido em novembro, ainda a ratificar nos órgãos locais, prevê agora, entre outros aspetos, a garantia da entrega, pela Câmara, de 10.000 euros à Junta de Freguesia de Vilar de Mouros, para a criação de infraestruturas de apoio ao evento.
Por outro lado, a AMA vai "duplicar" a compensação financeira a pagar à Junta, que passa para 20.000 euros e que poderá "crescer" em função das receitas de bilheteira.
O maestro Rui Massena manter-se-á responsável pela organização da sessão de abertura do festival, que terá lugar entre 30 julho e 02 agosto de 2014, após oito anos de interregno.
A primeira edição do festival de Vilar de Mouros aconteceu em 1971.
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