Vereadores do PS questionam Câmara sobre aumento de casas emparedadas no Porto
Porto Canal / Agências
Porto, 14 mai (Lusa) -- Os vereadores do PS na Câmara do Porto criticaram hoje a autarquia pela ausência de "uma política" para as "muitas casas emparedadas" na cidade, nomeadamente na Baixa, e alertaram para problemas de "segurança e salubridade".
"Perguntámos que política tem a Câmara para esta situação. A Câmara diz que as obras [de emparedamento] são consideradas provisórias. Dá ideia que não há política nenhuma e isto tem de ter uma política. Como é que, com tanta falta de casas, se permite esta situação?", observou Manuel Correia Fernandes, vereador do PS, em declarações à Lusa no fim da reunião camarária privada de hoje.
Sem saber quantas casas emparedadas "pela Câmara e por privados" existem na cidade, Correia Fernandes notou que "visivelmente são muitas, designadamente nas ruas de Santa Catarina, D. João IV, Formosa e Bonjardim, mesmo no centro do Porto".
Pedro Carvalho, da CDU, considera existirem "cada vez mais prédios devolutos emparedados com tijolo", alertando para a criação de uma "cidade onde caminhamos no meio de paredes".
O comunista falava também à Lusa no fim da reunião de Câmara de hoje, notando que "a estratégia de requalificação da cidade tem de responder a esta questão".
"Pedimos à Câmara informação que não existe, sobre as casas emparedadas com tijolos que estão vazias e se preparam para assim ficar durante muitos anos", descreveu o socialista.
Para Correia Fernandes, o emparedamento de casas "levanta questões legais", porque em zonas classificadas e protegidas a legislação estipula a que "qualquer intervenção nas fachadas obrigue a um parecer da Direção Regional de Cultura".
A isto somam-se os "problemas de segurança" causados pela criação de "zonas completamente vedadas a qualquer tipo de intervenção, nomeadamente ao nível da salubridade", onde se podem concentrar ratos e onde os vizinhos deixam de perceber eventuais riscos de ruína dos imóveis, alertou o vereador do PS.
"Uma requalificação a pensar nas pessoas tem de ter em conta reabilitar, designadamente o centro histórico, mas também dar acessibilidade ao resto da cidade e dotá-lo de serviços públicos", observou Pedro Carvalho, da CDU.
A Lusa tentou, sem sucesso até ao momento, saber se a autarquia tem dados sobre o número de prédios emparedados existentes no Porto e sobre a possibilidade de fazer alguma coisa para evitar a situação.
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