Autarca de Vila Real exige inquérito exaustivo ao incêndio no Túnel do Marão

| Norte
Porto Canal com Lusa

O presidente da Câmara Municipal de Vila Real, Rui Santos, exigiu hoje um inquérito "exaustivo" ao incêndio de domingo à noite no Túnel do Marão, apontando várias falhas à segurança. Mas a Infraestruturas de Portugal garante que o plano de emergência funcionou e foi eficaz

"Queremos, reivindicamos e exigimos que seja feito um inquérito exaustivo ao acidente de ontem [domingo] que relate o que correu bem e explicite o que correu mal para podermos corrigir essas situações no futuro", disse hoje à Lusa.

Segundo o socialista, os acidentes "infelizmente" acontecem, mas as pessoas devem estar preparadas para reagir a esses acidentes, sublinhando que o que ocorreu no túnel resultou "um bocadinho" daquilo que foram as suas denúncias a 23 de dezembro de 2016, quando questionou o facto de o controlo de tráfego ter passado para Almada, no distrito de Setúbal.

O autarca referiu que o facto de o centro de controlo de tráfego ter sido descontinuado em Vila Real e transferido para Almada, e de não terem sido feitos os simulacros que deveriam ter sido realizados, nomeadamente simulacros de incêndio, fez "com certeza" com que a resposta não fosse a "mais desejada e adequada".

Rui Santos afirmou que algumas pessoas, que à hora do acidente estavam no local, contaram que a ambulância do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) foi acionada 15 minutos depois de o incêndio ter deflagrado, tal como sucedeu com a GNR, acrescentando que foram condutores que passavam no local que transportaram pessoas em "pânico e estado de alarme" para o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD).

"Os extratores de fumo, embora tenham funcionado, numa primeira fase não corresponderam ao que era a expectativa, injetando fumo não para o exterior, mas para o túnel paralelo àquele onde ocorreu o incêndio", revelou.

Rui Santos recordou que o Túnel do Marão é uma estrutura "complexa" que teve um investimento de sete milhões de euros em sistemas de segurança que podem e devem estar rentabilizados e facilmente operacionais para casos de emergência.

"As vidas humanas não têm preço, desta vez tivemos sorte, mas temos de precaver situações de futuro", realçou.

Quanto à reabertura total do Túnel do Marão poder demorar "alguns dias, tal como adiantou hoje a Infraestruturas de Portugal (IP), o presidente da câmara considerou que isso irá trazer "enormes prejuízos" para a economia dos distritos de Vila Real e Bragança, mas sobretudo para a economia do interior.

O túnel é a "ponte" entre o interior e o litoral do país, sendo esta incerteza "prejudicial" para as populações e para as empresas, considerou.

O incêndio de um autocarro com 20 passageiros, da empresa Rodonorte, dentro do Túnel do Marão, ao quilómetro 74 da autoestrada do Marão, entre Amarante e Vila Real, obrigou, no domingo, ao corte do trânsito em ambos os sentidos, mas não causou vitimas.

Fonte do CHTMAD disse à Lusa que "quatro jovens pediram assistência por inalação de fumo", mas foram situações "muito ligeiras".

O trânsito no túnel foi reaberto no sentido Vila Real-Porto, às 06:30 de hoje, mas a normalização da circulação poderá só estar restabelecida "dentro de alguns dias", informou a IP.

"O tráfego na galeria sul, no sentido Amarante-Vila Real, será reposto após se determinar com exatidão a extensão dos danos, o que será feito ao longo do dia de hoje com as equipas da IP e das empresas construtoras e instaladoras", indica a IP.

A Rodonorte, empresa proprietária do autocarro, anunciou no domingo que vai abrir um inquérito para apurar as causas do incêndio.

O Túnel do Marão, que liga Amarante, no distrito do Porto, a Vila Real, abriu em maio do ano passado e tem duas galerias gémeas, cada uma com duas faixas de rodagem e com um comprimento de 5.665 metros.

O incêndio com o autocarro de passageiros foi o primeiro acidente do género, em dimensão, ocorrido num túnel em Portugal.

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