Biografia: Madiba deixa marca de paz após guerra contra apartheid

Biografia: Madiba deixa marca de paz após guerra contra apartheid
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Porto Canal

O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela morreu hoje aos 95 anos, depois de uma vida dedicada à luta contra a discriminação racial e contra as injustiças sobre a população negra. "Não há caminho fácil para a liberdade”, afirmava.

Um dos políticos mais conhecidos e respeitados do mundo, Mandela, também conhecido como Madiba, esteve preso 28 anos (1962-1990), acusado de sabotagem e luta armada contra o governo racista da África do Sul e, em 1994, tornou-se no primeiro presidente negro do país, eleito nas primeiras eleições livres e multirraciais.

Mandela, que em 1993 recebeu o Prémio Nobel da Paz juntamente com Frederik de Klerk, governou a África do Sul até 1999 e tornou-se num dos principais estadistas do século, como referência na luta contra a segregação racial, e visto pelos seus compatriotas como o patriarca da "nação do arco-íris".

Nelson Rolihlahla Mandela nasceu em 18 de Julho 1918, perto de Umtata, capital da reserva de Transkei, no seio da família real da tribo Themba, chefiada por seu pai, Henry Gadla Mandela.

Estudou numa escola metodista e depois numa cidade perto do Cabo da Boa Esperança, onde conheceu o futuro líder revolucionário Oliver Tambo.

Em 1943, por convite de Walter Sisulo, uniu-se ao Congresso Nacional Africano (ANC, sigla inglesa), uma organização negra que tinha como principal objectivo acabar com o apartheid, o regime político que promovia a segregação da população negra.

Após o massacre de Sharpeville, em 1960, quando a polícia sul-africana matou 69 pessoas e feriu 180, Mandela organizou um grupo paramilitar para lutar contra o governo racista sul-africano.

Em 1961 tornou-se comandante do braço armado do ANC, "Lança da Nação", ou MK, e coordenou uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo.

Em 12 de junho de 1964 foi condenado a prisão perpétua, por planear ações armadas, em particular sabotagem e conspiração para ajudar outros países a invadir a África do Sul.

No decorrer dos 26 anos seguintes, tornou-se de tal modo associado à oposição ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson Mandela" se tornou numa bandeira de todas as campanhas e grupos anti-apartheid no mundo.

Recusando as propostas de redução da pena ou de de liberdade em troca da recusa em incentivar a luta armada, Mandela continuou na prisão até Fevereiro de 1990, quando a campanha do ANC e a pressão internacional conseguiram que fosse libertado, por ordem do presidente sul-africano Frederik Willem de Klerk.

Mandela liderou então o Congresso Nacional Africano nas negociações com o Presidente De Klerk que levaram ao fim do regime de apartheid, estabelecendo-se um governo multirracial.

Após o fim do mandato de presidente, em 1999, Mandela voltou-se para a causa de diversas organizações sociais e de direitos humanos, como o apoio à campanha de recolha de fundos contra a SIDA, chamada 46664 - número que evoca a sua ficha prisional.

A sua carreira política é também marcada por discursos que ficaram na história da política sul-africana e mundial.

No entanto, foi a política de reconciliação nacional, após a conquista do poder, em 1994, e a estratégia de integração pacífica de todos os grupos étnicos e raciais de África do Sul que lhe garantiram o apoio de todos, incluindo da oposição.

“A luta é minha vida", "Sonho com o dia em que todas as pessoas levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos", e "A educação é a arma mais forte que você pode usar para mudar o mundo", são algumas frases de Mandiba que ficaram para a história sul-africana.

Nelson Mandela casou-se três vezes. A primeira esposa de Mandela foi a enfermeira Evelyn Ntoko Mase, da qual se divorciou em 1957 após 13 anos de casamento. Depois casou-se com Winnie Mandela, e com ela ficou 38 anos, divorciando-se em 1996.

No seu 80º aniversário, Mandela casou-se com Graça Machel, viúva de Samora Machel, antigo presidente moçambicano e aliado do ANC.

Desde 2011, Mandela sofreu vários problemas de saúde, tendo sido hospitalizado por diversas ocasiões.

Hoje, acabou por falecer, vítima de doença prolongada, após uma pneumonia reincidente, depois de dois internamentos anteriores, em dezembro de 2012 e março deste ano.

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