Chipre define plano de privatizações
Porto Canal / Agências
Nicósia, 05 dez (Lusa) -- O Chipre apresentou hoje um plano de privatizações de várias empresas públicas para conseguir 1,4 mil milhões de euros, montante exigido no âmbito do plano de assistência internacional.
Para evitar a falência, devido à exposição dos seus bancos à dívida grega, o Chipre obteve em março um empréstimo de 10 mil milhões de euros da 'troika' composta pelo Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional.
O país teve de liquidar um dos seus principais bancos e reestruturar outro - com custos para os depositantes com mais de 100 mil euros - e comprometeu-se a cortes orçamentais drásticos e privatizações.
O plano de privatizações teve de ser definido como requisito para permitir o pagamento da terceira tranche do empréstimo, ou seja 180 milhões de euros, o que deverá acontecer em janeiro.
A empresa de telecomunicações Cyta será a primeira a ser privatizada, dentro de dois anos, depois será a companhia da eletricidade (EAC) e em seguida a dos portos, anunciou aos jornalistas um porta-voz do governo cipriota, Christos Stylianides.
O objetivo é conseguir mil milhões de euros até meados de 2016 e depois mais 400 milhões até 2018 para reduzir a dívida pública.
"As primeiras privatizações terão lugar dentro de dois anos, o tempo de preparar o processo e aplicar as reformas", precisou o porta-voz, adiantando que as empresas serão reestruturadas para se tornarem mais atrativas para os investidores estrangeiros.
Segundo o porta-voz, o governo vai conservar partes das empresas e serão aprovadas medidas para proteger os trabalhadores, que terão também a possibilidade de comprar uma parte.
As empresas em causa empregam milhares de pessoas e os trabalhadores já mostraram a sua preocupação e manifestaram-se contra as privatizações.
Os trabalhadores receiam uma vaga de despedimentos, quando o desemprego já atingiu um nível recorde de 17%.
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