Aposta de Angola nas telecomunicações prevê fibra óptica e satélite de fabrico russo

| Mundo
Porto Canal / Agências

Lisboa, 05 dez (Lusa) -- O secretário de Estado das Telecomunicações de Angola disse, em Lisboa, que o país tenciona fortalecer as ligações de fibra ótica com o Brasil e Estados Unidos e que o satélite é uma opção para poder abranger as comunicações internas.

"Temos um país bastante extenso. Uma densidade populacional que ronda os oito habitantes por quilómetro quadrado, maioritariamente concentrados na faixa do litoral, e sabemos que quanto maior for a densidade populacional mais viabilidade económica existe. Hoje em dia, todo o utente quer banda larga, independentemente de estar numa zona rural ou citadina", afirmou Aristides Safeca, durante um encontro com empresário e operadores do setor na terça-feira à noite.

No encontro promovido pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações, em Lisboa, o secretário de Estado das Telecomunicações angolano explicou que a "estratégia" de Luanda passa pela instalação de fibra ótica que, neste momento, já interliga todos os municípios do país.

"Estamos a falar de um investimento estatal de 12 mil quilómetros de fibra mais os investimentos privados da ordem dos 15 mil quilómetros", explicou Safeca.

O governante angolano disse ainda que o plano de comunicações prevê também "os feixes hertzianos como alternativa", mas como uma grande parte do país "fica descoberto" o Executivo optou também pelo satélite, de fabrico russo, e que vai ser lançado em 2017.

"Ao avaliarmos os custos operacionais verificamos que ao investir num satélite teríamos muito maiores ganhos, e ganhos indiretos pela capacitação dos recursos humanos assim como pela indução de outros seguimentos da economia. Quando estamos a estruturar o programa espacial nacional de Angola, estamos a estruturá-lo a muito longo prazo", afirmou o secretário de Estado das Telecomunicações de Angola.

"Este satélite será 100% russo e, se calhar, daqui a 20 anos será ainda 98% russo ou americano ou qualquer outro, mas algures, - lá longe - existirá a incorporação cada vez mais crescente através do 'saber fazer', que também temos inserido no nosso programa", acrescentou Aristides Safeca.

Segundo o secretário de Estado angola verifica-se ainda "uma demanda crescente todos os dias" e que precisa de "respaldo". Por isso, foi elaborada a interligação internacional em fibra ótica sendo que as ligações com o Brasil são consideradas essenciais.

"O Brasil tem um papel fundamental. Primeiro pela Lusofonia: tem conteúdos. Grande parte dos estudantes angolanos pratica o estudo à distância com universidades do Brasil e mesmo com universidades daqui de Portugal e isso só é possível à internet e à sua disponibilidade. É, neste contexto, que existe o investimento no cabo para o Brasil que também tem a dimensão de aproximar outra grande fonte de conteúdos que são os Estados Unidos", acrescentou, sublinhando a intenção do país em afirmar-se numa potência regional no setor das telecomunicações.

"Se Angola se transformar num 'hub' internacional de telecomunicações, vão existir outras valências económicas que servem para fortalecer a nossa economia", concluiu Safeca.

PSP // DM.

Lusa/fim

+ notícias: Mundo

Israel ataca posição militar no sul da Síria

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) indicou que Israel atacou esta sexta-feira uma posição militar no sul da Síria, no mesmo dia em que foram registadas explosões no centro do Irão.

Ex-membro da máfia de Nova Iorque escreve livro dirigido a empresários

Lisboa, 06 mai (Lusa) -- Louis Ferrante, ex-membro do clã Gambino de Nova Iorque, disse à Lusa que o sistema bancário é violento e que escreveu um livro para "aconselhar" os empresários a "aprenderem com a máfia" a fazerem negócios mais eficazes.

Secretário-geral das Nações Unidas visita Moçambique de 20 a 22 de maio

Maputo, 06 mai (Lusa) - O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, vai visitar Moçambique de 20 a 22 de maio, a primeira ao país desde que assumiu o cargo, em 2007, anunciou o representante do PNUD em Moçambique, Matthias Naab.