Confederação do Turismo quer importar mão-de-obra para colmatar falta de recursos

| Economia
Porto Canal com Lusa

Coimbra, 25 mai (Lusa) -- O presidente da Confederação do Turismo Português (CTP), Francisco Calheiros, defendeu hoje a importação de mão-de-obra para solucionar a falta de recursos humanos do setor nos próximos anos.

Francisco Calheiros disse aos jornalistas, em Coimbra, que a falta de recursos humanos, qualificados ou não, é atualmente "um problema real" da atividade turística em Portugal, na sequência do setor ter registado um "número perfeitamente impressionante" de crescimento nos últimos quatro anos.

Este é "um problema grave" face ao qual a CTP preconiza a celebração de protocolos com universidades do Brasil, por exemplo, para que instituições congéneres ou escolas de hotelaria e turismo possam formar jovens desse país que pretendam trabalhar na área do turismo em Portugal.

Francisco Calheiros falava no final de uma reunião com empresários, num hotel de Coimbra, no âmbito da iniciativa "Turismo em movimento - Roteiro para a competitividade", com que a CTP pretende "reforçar a competitividade do turismo português numa abordagem integrada" com os destinos regionais.

"Como podemos atrair mais jovens?", questionou, alertando que o turismo enfrenta "uma falta grande" de recursos humanos que tenderá a acentuar-se no futuro, acompanhando a baixa da natalidade, enquanto o setor deverá continuar a crescer em Portugal.

Na região centro, além deste problema, que está ao nível do que se verifica a nível nacional, as dificuldades da mobilidade foram também abordadas na sessão, tanto no domínio rodoviário, como ferroviário, uma vez que a rede não assegura as necessidades de deslocação dos turistas, segundo o presidente da CTP.

Quanto ao transporte aéreo, Francisco Calheiros demarcou-se das opiniões que, neste momento, insistem na abertura da base militar de Monte Real, no concelho de Leiria, à aviação civil.

Na sua opinião, "é importante avançar", no imediato, com o aeroporto complementar ao de Lisboa, com o projeto de adaptação da base do Montijo, na margem sul do Tejo, aos voos comerciais.

"Não se pode levantar problemas quando esta decisão está tomada", disse.

Se forem introduzidos "ruído e areia na engrenagem", com o reacender neste momento da luta pela abertura da Base Aérea 5, em Monte Real, à aviação civil, "isso irá prejudicar Portugal" e o Centro também poderá perder, advertiu.

"O Montijo é uma oportunidade para todo o país e para a região Centro", defendeu Francisco Calheiros, cuja opinião difere da do presidente da Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, que também participou na reunião.

O presidente da CTP tolera a opinião de quem aposta na abertura da infraestrutura militar de Monte Real aos voos civis, "desde que não ponha em causa as decisões já tomadas" para a solução "Portela mais Montijo".

Pedro Machado, por sua vez, disse que a falta de mão-de-obra para a atividade turística da região Centro pode ser colmatada, através de parcerias entre a Universidade de Coimbra e a Escola de Hotelaria e Turismo local com entidades congéneres de outros países, com destaque para o Brasil.

O presidente da Turismo do Centro reiterou a sua opinião a favor da adaptação da unidade de Monte Real para servir também o turismo e a economia da região, defendendo que importa "criar as condições" para que tal se concretize.

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