Loulé mostra-se em sete mil anos de história no Museu Nacional de Arqueologia

| País
Porto Canal com Lusa

Loulé, Faro, 25 mai (Lusa) - Os testemunhos da ocupação humana do território de Loulé, no Algarve, desde a Pré-história até à Idade Média, vão estar em exposição a partir de 21 de junho no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, foi hoje anunciado.

A exposição temporária "LOULÉ. Territórios, Memórias, Identidades" é uma iniciativa dos Museus Nacional de Arqueologia e Municipal de Loulé que, em conjunto, vão contar a história dos últimos sete milénios daquele que é o maior e mais povoado concelho algarvio, através de mais de 500 bens culturais.

Em comunicado, o Museu Nacional de Arqueologia adiantou que foram inventariados 1.200 bens culturais para a realização desta exposição, dos quais 504 foram selecionados e 166 restaurados, sendo que os bens provêm de 13 instituições distintas, entre as quais o Museu Municipal de Loulé e o Museu Monográfico do Cerro da Vila, em Vilamoura, que emprestam mais de 80% das peças à exposição.

Pela primeira vez, vão ser expostas ao público peças provenientes do Cerro do Castelo de Corte João Marques, em Loulé, que pertenceram a uma povoação de metalurgistas de cobre, sítio que, por uma questão de preservação, não é visitável.

A peça mais antiga que vai ser apresentada na exposição é uma peça de cerâmica conhecida como a bilha de Retorta, encontrada em Boliqueime e cujas condições precisas de recolha não se conhecem.

Poderá também ser visto um menir de grandes dimensões, amplamente gravado, levado do Museu Municipal de Loulé propositadamente para a exposição e que será acompanhado por um conjunto de fotografias obtidas através de sistemas digitais de última geração, que permitem ver gravuras não imediatamente percetíveis a olho nu.

"Foram necessários 15 meses de preparação e mais de 50 técnicos das mais variadas especialidades para pôr de pé a exposição", lê-se no comunicado, que diz ainda que a exposição vai ocupar mais de 300 metros quadrados do Mosteiro dos Jerónimos e apresentar um desenho expositivo inovador.

As peças vão ser expostas em dez vitrinas e nove ilhas, divididas em três secções: a secção Territórios, que apresenta o concelho na sua diversidade entre o litoral, a serra e o barrocal, a secção Memórias, que apresenta sete núcleos por ordem cronológica, e a secção Identidades, onde se poderá conhecer os rostos de achadores, cuidadores e doadores de bens culturais de Loulé.

Para além das vitrinas e das ilhas existirão oito monitores LCD espalhados pela galeria este/oeste do Mosteiro dos Jerónimos para dar informação detalhada sobre os vários núcleos, e duas molduras digitais colocam em destaque cada um dos dois conjuntos de moedas que serão apresentados.

A exposição é comissariada por Victor S. Gonçalves, Catarina Viegas e Amílcar Guerra, da Universidade de Lisboa, Helena Catarino, da Universidade de Coimbra e Luís Filipe Oliveira, da Universidade do Algarve.

As coleções fundacionais do Museu Nacional de Arqueologia estão ligadas ao Algarve, desde logo, porque em 1894 foi integrada no acervo do museu a coleção reunida pelo algarvio Estácio da Veiga, que se tinha proposto então criar o Museu Arqueológico do Algarve.

Também o etnógrafo Manuel Viegas Guerreiro, natural de Querença, freguesia do concelho de Loulé, foi diretor do Museu Nacional de Arqueologia entre 1974 e 1975 e um dos colaboradores mais próximos de José Leite de Vasconcelos, fundador do museu.

MAD // TDI

Lusa/Fim

+ notícias: País

Preços dos combustíveis seguem em direções opostas. Confira as previsões

Depois de na última semana os preços dos combustíveis terem descido, a partir de segunda-feira as notícias não são boas para os condutores de carros a gasolina.

Um terço dos portugueses elegem 25 de Abril como a data mais importante do país

Em 2004 foi também esta a escolha de 52% dos inquiridos e de 59% da amostra no inquérito de 2014, face a outras datas propostas, como a adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1985, a implantação da República (1910), a restauração da independência em 1640, a Batalha de Aljubarrota (1385) e a chegada de Vasco da Gama à Índia (1498).

Número de desempregados sobe 6% em março

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego caiu 1,9% em março face a fevereiro, mas subiu 6% em termos homólogos, totalizando 324.616, segundo dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).