Reserva Federal favorável a uma nova subida das taxas de juro em breve

| Economia
Porto Canal com Lusa

Washington, 24 mai (Lusa) -- A maioria do comité de política monetária (FOMC, na sigla em inglês) da Reserva Federal (Fed) favorece uma subida das taxas de juro "em breve", mas alguns membros sublinharam a incerteza sobre as políticas do Presidente norte-americano.

Esta informação consta das atas da última reunião do FOMC, divulgadas hoje.

Os membros da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos permaneceram confiantes quanto à economia norte-americana, apesar de alguns considerarem que seria "prudente" confirmar que a diminuição do ritmo de crescimento no primeiro trimestre "foi provisória".

Vários outros continuam a aguardar "clarificações" sobre os projetos económicos da Casa Branca e a inquietar-se com os riscos para a estabilidade financeira de uma redução da regulação financeira.

Durante uma reunião em 02 e 03 de maio, a Fed deixou as taxas inalteradas, marcando uma pausa na lenta normalização da política monetária, devido designadamente aquela diminuição "temporária" da atividade e de uma ligeira descida da taxa de inflação.

A próxima reunião está marfada para 13 e 14 de junho.

Uma maioria de analistas espera que nesta ocasião a Fed decida uma nova subida da taxa de juro de referência em um quarto de ponto percentual (0,25%).

"A maior parte dos participantes julgam que se as informações económicas se apresentarem como previsto, será apropriado dar um passo suplementar na normalização da política monetária", escreveu-se no relatório da reunião.

Mas vários participantes consideraram também que "uma clarificação das perspetivas orçamentais" da nova administração da Casa Branca "eliminaria uma fonte de incerteza".

Durante a reunião, os membros do FOMC expressaram a intenção de começar a reduzir "este ano" os ativos acumulados no balanço do banco central, devido à sua política excecional de apoio à economia.

"Quase todos os participantes indicaram que se a economia (...) evoluir como previsto, será provavelmente apropriado começar a reduzir os títulos detidos pela Fed", indicou-se nas minutas.

O balanço da Fed aumentou em cerca de 4,5 biliões (milhão de milhões) de dólares (4,0 biliões de euros) em Obrigações do Tesouro e obrigações suportadas por créditos hipotecários, no seguimento das ações de suporte à economia em resposta à crise financeira de 2008.

A Fed indicou que vai deixar progressivamente de reinvestir o produto dos títulos que chegarem à maturidade (que sejam reembolsados) e analisar o processo na reunião do FOMC de junho.

Este desinvestimento progressivo vai encerrar um capítulo da política designada em Inglês "Quantitative Easing" (facilitação quantitativa, que significa a injeção de dinheiro pelo banco central na economia, designadamente através da compra de títulos de dívida), conduzida pela Fed entre 2010 e 2014.

Os economistas entendem que esta decisão equivale a uma subida das taxas de juro.

RN // ARA

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