Agência de notação Moody's baixa 'rating' da dívida chinesa a longo prazo
Porto Canal com Lusa
Pequim, 24 mai (Lusa) - A agência de notação financeira Moody's baixou hoje a classificação da dívida chinesa a longo prazo, face às expetativas de que a saúde financeira da segunda economia mundial se ressinta nos próximos anos, enquanto a dívida aumenta.
Em comunicado, a Moody's anunciou a redução da nota atribuída à dívida pública da China de "Aa3" para "A1", prevendo que as autoridades aprovem mais estímulos económicos.
A importância que Pequim atribui à manutenção de um forte crescimento económico vai traduzir-se em maiores estímulos, o que contribuirá para o aumento da dívida, indica a agência.
As reformas lançadas pelo Governo chinês, que "poderão transformar o sistema económico e financeiro", não prevenirão um aumento da dívida e "passivos contingentes".
A decisão da Moody's ocorre num período de abrandamento da economia chinesa, que passou de ritmos de crescimento de dois dígitos, nas últimas décadas, para 6,7%, em 2016.
Apesar de a agência esperar que o PIB chinês continue a crescer, assegura que o crescimento abrandará nos próximos anos.
"Pelo menos a curto prazo, com uma política monetária limitada pelo risco de provocar uma nova saída de capitais, o peso de apoiar o crescimento recairá sobretudo na política fiscal, com o aumento de gastos por parte das entidades governamentais ou relacionadas com o Governo", nota.
A agência mudou, no entanto, a perspetiva da dívida chinesa de "negativa" para "estável", já que no nível "A1" os "riscos são equilibrados", destacando os mecanismos do país para atacar a instabilidade financeira.
Em março passado, a Moody's baixou a perspetiva da dívida chinesa para "negativa", devido á incerteza sobre a capacidade das autoridades para executar reformas económicas.
JOYP //ISG
Lusa/fim