Vítor Paneira diz que final da Taça vai ser bem diferente do último jogo na Luz
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 23 mai (Lusa) -- O antigo futebolista Vítor Paneira, que jogou seis épocas no Benfica e quatro no Vitória de Guimarães, acredita que a final da Taça no domingo vai ser "bem diferente" do que o último jogo entre ambos no campeonato.
"O Vitória foi 'atropelado' pelo Benfica no estádio da Luz para o campeonato, perdeu 5-0, mas podia ter sido por mais. Apanhou o melhor Benfica da época. Mas, agora, será diferente, a equipa vai ter duas semanas para preparar a final e está totalmente focada nesse jogo no Jamor", disse hoje Vítor Paneira, convidado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) para a apresentação da final aos órgãos de comunicação social.
Questionado pelos jornalistas sobre os jogadores que poderão fazer pender o 'prato da balança' para um dos lados, Paneira deu uma resposta direta: "No Vitória, diria o Hernâni, que é um jogador muito forte nas transições ofensivas, um dos pontos fortes da equipa. No Benfica, claramente o Jonas, e o Pizzi, se estiver num dia bom. O Benfica é uma equipa terrível".
O 'coração' de Paneira 'bate' pelos dois emblemas, razão pela qual, aconteça o que acontecer no domingo, não sairá triste do Jamor: "Estive 11 anos ao serviço dos dois clubes, o meu coração divide-se, mas ficarei feliz se o Benfica vencer, se for o Vitória também".
"Apelo a um convívio são entre os adeptos dos dois clubes, que levem as famílias, que façam da Taça aquilo que ela é: uma festa, em que todos se divirtam. O futebol português precisa de acalmia e de paz", prosseguiu.
Vítor Paneira conquistou a Taça de Portugal na época de 1992/93, pelo Benfica, ao bater na final o Boavista por 5-2, e recorda esse feito: "O Benfica tinha perdido o campeonato para o FC Porto, mas tinha um 'dream team', com grandes jogadores como João Pinto, Rui Costa, Paulo Futre, entre outros".
"Fizemos uma exibição extraordinária nessa final e não demos hipótese alguma ao Boavista, que tinha uma excelente equipa na época. Na altura, pairou a dúvida se seria possível manter aquele plantel, mas o período confuso que se vivia no Benfica a nível diretivo acabou por fazer com que saíssem alguns dos melhores jogadores", recordou.
Por sua vez o vice-presidente da FPF Hermínio Loureiro congratulou-se com as alterações regulamentares que permitiram a participação de 77,4 por cento de equipas não profissionais na prova deste ano, sendo que 25 por cento das que atingiram a quinta eliminatória competiam no campeonato de Portugal, terceiro escalão do futebol português.
Segundo o dirigente, a alteração dos regulamentos permitiu mais jogos em casa das equipas não profissionais, o que significou um aumento de 30 por cento desde que, em boa hora, essa alteração foi introduzida, mais equilíbrio e mais diversidade territorial.
Hermínio Loureiro salientou, ainda, a nível financeiro, o reforço de um milhão de euros em prémios, que significaram uma ajuda importante aos clubes mais pequenos, o que fez aumentar o 'bolo' para 4,5 milhões de euros que a FPF aplicou na Taça de Portugal da época corrente.
"Dessa verba de 4,5 milhões de euros, cerca de 40 por cento foi distribuída por clubes não profissionais, o que teve um impacto enorme", destacou o vice-presidente da FPF, lembrando que até à época 2012/13, do montante total aplicado na Taça de Portugal, "só 14 por cento revertia para os clubes não profissionais".
Carlos Lucas, outro vice-presidente federativo, prestou algumas informações úteis sobre a organização da final da Taça, marcada para domingo, no Estádio Nacional, cujas portas serão abertas duas horas e meia antes do início da partida, aconselhando que os adeptos cheguem cedo ao estádio para poderem assistir à cerimónia de abertura, que incluirá várias coreografias e a participação da Força Aérea portuguesa.
Carlos Lucas não quis "levantar o véu" sobre o programa que está preparado para a cerimónia de abertura, mas revelou que a mesma incluirá uma homenagem à Força Aérea Portuguesa e a participação desta na festa que obrigará os espetadores a estarem de "olhos no céu e junto ao relvado".
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