Três ex-Presidentes solidários com manifestantes na Ucrânia

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Porto Canal / Agências

Kiev, 04 dez (Lusa) -- Os três ex-Presidentes eleitos da Ucrânia anunciaram hoje o seu apoio aos manifestantes que contestam a suspensão do processo de integração na União Europeia (UE), na véspera de debates que se preveem muito tensos numa reunião da OSCE em Kiev.

Na quarta-feira, o primeiro-ministro ucraniano Mykola Azarov alertou a oposição contra a continuação dos protestos, desencadeada após o Governo de Kiev ter suspendido os preparativos para a assinatura de um acordo de associação com a UE, primeiro passo para uma futura adesão, e o reforço das negociações com a Rússia na perspetiva da formação de uma união aduaneira com outras ex-repúblicas soviéticas.

Leonid Kravtchuk, Leonid Kutchma e Viktor Iuchtchenko, três ex-presidentes que se sucederam na liderança da Ucrânia desde a sua independência em 1991, forneceram um apoio de peso à contestação ao referirem numa "carta aberta" comum a sua "solidariedade com as ações pacíficas de centenas de milhares de jovens ucranianos".

O movimento "tem um apoio sem precedentes" na sociedade, escreveram os três antigos chefes de Estado, incluindo o influente Leonid Kutchma, que dirigiu o país entre 1994 e 2005 e considerado o "padrinho político" do atual Presidente Viktor Ianukovitch, líder do "pró-russo" Partido das Regiões.

"O seu compromisso com a escolha europeia, com os valores democráticos, suscita respeito", escrevem os três ex-lideres numa referência aos manifestantes.

Estas declarações foram emitidas na véspera de uma reunião ministerial da Organização para a segurança e a cooperação na Europa (OSCE), prevista para quinta-feira e sexta-feira em Kiev, e que foi mantida apesar da crise política.

Em resposta às críticas de diversos responsáveis ocidentais -- em particular o chefe da diplomacia germânica Guido Westerwelle, que aterrou esta noite na capital ucraniana e se encontrou com dirigentes da oposição antes de comparecer na praça da Independência onde se concentram os protestos --, o primeiro-ministro ucraniano, Mykola Azarov, emitiu um aviso contra uma escalada das tensões em Kiev.

"O parlamento exprimiu ontem a sua confiança no governo. É um facto que a oposição e os nossos parceiros no estrangeiro devem aceitar", disse esta manhã na abertura de uma reunião do conselho de ministros, a primeira desde a mobilização da oposição nas ruas de Kiev.

Na terça-feira, o parlamento dominado pelo Partido das Regiões rejeitou uma moção de censura apresentada pela oposição e quando aumentava a pressão da rua.

No domingo, as forças da oposição promoveram uma manifestação de força ao mobilizarem mais de 100.000 manifestantes na praça da Independência e dezenas de milhares em outras cidades do país.

Os protestos prosseguiram hoje no centro da cidade, enquanto grupos de manifestantes ocupavam o ministério da Educação e tentavam bloquear o acesso à sede do governo.

PCR // PJA

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