Novas ajudas estatais à banca dependem da evolução económica - Faria de Oliveira

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 04 dez (Lusa) -- O representante da banca portuguesa considerou hoje positivas as declarações do governador do Banco de Portugal, que disse que os bancos não deverão necessitar de recorrer a mais ajudas estatais para se capitalizarem, frisando que tal dependerá da evolução económica.

"Claro que sim [é positivo para o setor]. É evidente que isso também depende da evolução da economia. Neste momento, os sinais que existem são francamente encorajadores e positivos, mas depende muito da evolução da economia", afirmou aos jornalistas o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB).

Faria de Oliveira falava aos jornalistas à margem de uma conferência sobre o sistema de pagamentos promovida pela entidade que representa a banca, em Lisboa.

"Por outro lado, o exercício de 'stress test' [do Banco Central Europeu], não o da avaliação dos ativos e do balanço, mas que é complementar desse, ainda não está definido em termos de quais vão ser os critérios a adotar", ressalvou o banqueiro.

"Esperamos que não venham a requerer novos aumentos de capital, mas só depois de se conhecer os requisitos é que se pode dizer alguma coisa", acrescentou o líder da APB

"Neste momento, aquilo que posso dizer é que estou tranquilo relativamente à primeira parte da questão e expectante em relação à segunda", revelou Faria de Oliveira.

Na semana passada, no Parlamento, o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa , disse aos jornalistas que é entendimento do regulador que os bancos portugueses estão bem capitalizados e preparados para passar nos exercícios do Banco Central Europeu (BCE).

Na mesma ocasião, afastou a necessidade de as instituições portuguesas recorrerem novamente à linha de recapitalização da 'troika'.

"Os bancos portugueses têm níveis de capitalização adequados, almofadas de capital adequadas e estão sujeitos a um acompanhamento muito próximo da qualidade dos ativos. Portanto, eu não estou à espera que os bancos tenham necessidades de capital para além daquelas que já foram objeto do processo de recapitalização", afirmou.

Tal como Faria de Oliveira, o governador também já tinha frisado que, apesar da confiança existente, "o processo de avaliação [à correspondência entre os balanços e a realidade patrimonial] que vai ser seguido é muito semelhante ao seguido" pelo Banco de Portugal, mas que os critérios dos testes de 'stress' ainda não estão definidos.

"Pode haver pequenas diferenças nos critérios que podem resultar em imparidades", admitiu então o governador, jogando à defesa.

Ainda assim, garantiu que o Banco de Portugal encara este exercício com um "grau de confiança assinalável".

DN // ATR

Lusa/fim

+ notícias: Economia

Bruxelas elogia cortes "permanentes de despesa" anunciados pelo Governo

A Comissão Europeia saudou hoje o facto de as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro se basearem em "reduções permanentes de despesa" e destacou a importância de existir um "forte compromisso" do Governo na concretização do programa de ajustamento.

Bruxelas promete trabalhar "intensamente" para conluir 7.ª avaliação

Bruxelas, 06 mai (Lusa) -- A Comissão Europeia está empenhada em trabalhar "intensamente" para terminar a sétima avaliação à aplicação do programa de resgate português antes das reuniões do Eurogrupo e do Ecofin da próxima semana, mas não se compromete com uma data.

Euribor sobe a três meses e mantém-se no prazo de seis meses

Lisboa, 06 mai (Lusa) -- A Euribor subiu hoje a três meses, manteve-se inalterada a seis meses e desceu a nove e 12 meses, face aos valores fixados na sexta-feira.