"Não haverá nenhuma mudança" mesmo que capitalização da CGD entre no défice - Carlos Moedas

| Economia
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 22 mai (Lusa) -- O comissário português, Carlos Moedas, garantiu hoje que "não haverá nenhuma mudança" mesmo que a capitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) conte para o défice nacional, porque para Bruxelas conta o "longo prazo".

No dia em que a Comissão Europeia recomendou a saída de Portugal do Procedimento de Défice Excessivo (PDE), o comissário europeu responsável pela Investigação, Ciência e Inovação afirmou, em Lisboa, que "mesmo que a [capitalização] conte [para o défice] não haverá nenhuma mudança".

"O que interessa é o longo prazo. Se conseguirmos manter a trajetória e se Portugal continua a cumprir é o mais importante. Com CGD ou sem CGD aquilo que importa é a trajetória, que é positiva e de saída daquilo que foram as dificuldades de tantos anos dos portugueses", considerou Carlos Moedas, em declarações aos jornalistas.

O responsável acrescentou ainda terem chegado a Bruxelas todas as informações necessárias e teve o acompanhamento dos responsáveis da Concorrência, Assuntos Económicos e Estabilidade.

"Todos temos essa segurança e esperamos não ter qualquer tipo de surpresa. Não haverá nenhum motivo de surpresa", afirmou Moedas aos jornalistas, à margem da conferência "Crescimento da Economia Portuguesa: Mitos e Realidades", a decorrer em Lisboa.

A Comissão Europeia recomendou hoje ao Conselho de Ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin) o encerramento do PDE aplicado a Portugal desde 2009.

Na recomendação dirigida ao Conselho, a Comissão adverte todavia que as suas projeções "não incluem o potencial impacto de medidas de apoio à banca no aumento do défice", numa referência à capitalização da CGD, acrescentando que tal "não deve colocar em risco a redução duradoura do défice".

Bruxelas defendeu que Portugal deve garantir que a correção do défice excessivo é duradoura e que "serão necessárias mais medidas a partir de 2017" para cumprir as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC).

Portugal terá, assim, de "prosseguir o seu esforço orçamental em linha com as exigências do braço preventivo do PEC, o que implica um esforço orçamental substancial em 2018", acrescentou o executivo comunitário.

PL (ACC)// ATR

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