João Ferreira (CDU) quer democratizar acesso à cultura em Lisboa

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 19 mai (Lusa) -- O candidato da CDU à presidência da Câmara de Lisboa, João Ferreira, defendeu hoje a "democratização da criação e da fruição cultural" na cidade, por considerar que se está apenas a apostar no entretenimento e nalgumas zonas.

Em declarações à agência Lusa, o candidato afirmou que, atualmente, a cultura da cidade está "muito virada para uma perspetiva do entretenimento, pautada muitas vezes por critérios de atração turística e que tende a esquecer o que deve ser a preocupação central de uma política cultural, que é a democratização da criação e da fruição cultural".

"Este é um eixo essencial da política alternativa para a Cultura que a CDU propõe à cidade", vincou, falando em "levar a cultura para lá dos sítios onde tem estado confinada, seja do ponto de vista dos meios, dos espaços, mas também das estruturas, das coletividades, das associações e dos públicos".

João Ferreira falava à Lusa no final do debate "Que Política Cultural para Lisboa", promovido pela CDU e que decorreu no Fórum Lisboa, contando com a presença de artistas, de associações e de agentes culturais.

Entre as reivindicações dos intervenientes estava a falta de apoio logístico e financeiro dado às instituições culturais, assim como a aposta em grandes eventos, como o festival Rock in Rio, em detrimento dos de menor dimensão.

"A Câmara não tem de se substituir aos agentes culturais, às estruturas que existem no terreno, às coletividades, às estruturas formais e informais, [...] mas tem de lhes criar as condições, o substrato, por via do apoio a essas estruturas e agentes, que permita que a produção cultural floresça na cidade", notou João Ferreira.

"E floresça de forma equilibrada e coerente em toda a cidade e não apenas em partes", acrescentou.

De acordo com o também vereador do PCP no executivo camarário, o município devia dar mais apoio material, logístico e financeiro às instituições, "fomentando a produção cultural e até a ligação [...] com as escolas, com as universidades e com os centros de difusão de conhecimento".

Muito crítico das medidas tomadas pela maioria socialista na autarquia, João Ferreira considerou que "a política da Câmara Municipal tem-se esgotado numa política de eventos e de programação, muitas vezes numa perspetiva de comprador de espetáculos".

Ao mesmo tempo, o responsável criticou a passagem de equipamentos culturais para a alçada da empresa municipal encarregue da animação cultural, a EGEAC, lamentando que o pelouro da Cultura "praticamente se tenha esvaziado".

O autarca comunista defendeu ainda a criação de "critérios de clareza e de transparência" na relação da Câmara com os agentes culturais, por muitas vezes "não existirem".

AYMN // JPF

Lusa/Fim

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