Mais de 86% das famílias japonesas continuam em casas temporárias após sismo de 2011
Porto Canal / Agências
Tóquio, 04 dez (Lusa) - Mais de 86% das famílias realojadas em casas temporárias, depois de terem perdido, em março de 2011, os seus bens na sequência do tsunami que atingiu o nordeste do Japão, ainda vivem no mesmo local, foi hoje revelado.
Além dos cerca de 18 mil mortos e desaparecidos, o sismo, seguido de tsunami, provocou o maior desastre nuclear depois de Chernobil (Ucrânia) ao danificar a central nuclear de Fukushima, que as autoridades japonesas querem desmantelar, num processo que se vai prolongar por mais de uma dezena de anos.
Mil dias depois do desastre natural, a maioria das casas temporárias continua ocupada, principalmente nas três províncias mais afetadas: Iwate, Miyagi e Fukushima.
Das 278 mil pessoas que não recuperaram as suas casas, cerca de 210 mil continuam, mais de dois anos e sete meses depois a ocupar 45.900 casas provisórias com uma área inferior a 30 metros quadrados e construídas com materiais plásticos e metálicos imediatamente após a tragédia.
Os restantes 70 mil vivem, na sua maioria, em apartamentos cujo arrendamento é suportado pela administração japonesa.
As autoridades japonesas, citadas pela agência Kyodo, justificam a demora no realojamento das famílias com as dificuldades de construir novas casas nas regiões mais afetadas.
É que, explicaram, a maioria dos municípios carece de espaços planos para construir residências em zonas elevadas, mais afastadas do mar.
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