Secretário-geral da ONU "preocupado" com violência na Tailândia
Porto Canal / Agências
Lima, Peru, 03 dez (Lusa) - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, expressou, na segunda-feira, preocupação com os violentos confrontos na Tailândia, instando todas as partes a encontrarem uma solução pacífica para terminar com a crise política.
"Estou preocupado com a escalada da violência em Banguecoque nos últimos dias e manifesto o meu pesar pela perda de vidas e feridos", afirmou Ban Ki-moon, aos jornalistas, à margem da conferência da Organização para o Desenvolvimento Industrial das Nações Unidas (UNIDO), na capital do Peru, Lima.
O secretário-geral da ONU manifestou também preocupação relativamente às tentativas dos manifestantes de entrarem à força em edifícios governamentais e de meios de comunicação.
"Apelo, mais uma vez, a todas as partes para empregarem a máxima contenção e para resolverem as diferenças políticas através do diálogo, por via de meios pacíficos", afirmou, defendendo que todos devem observar o pleno respeito pelos princípios democráticos e Estado de Direito e pelos direitos humanos, incluindo a liberdade de expressão.
Esta manhã, e depois de dois dias de intensos confrontos, com as forças de segurança, os manifestantes antigovernamentais conseguiram entrar, sem resistência por parte dos agentes, nas sedes da Polícia Metropolitana e do Governo na capital tailandesa.
O chefe da autoridade metropolitana, o general Kamronvit Thoopkrachang, disse aos jornalistas que os agentes não recorreram ao lançamento de gás lacrimogéneo e deixaram os manifestantes entrar na sede, permitindo que permaneçam nas instalações o tempo que desejarem, segundo o diário Bangkok Post.
A primeira-ministra tailandesa, Yingluck Shinawatra, disse, na segunda-feira, em conferência de imprensa, que não pensa renunciar ao cargo, como exigem os manifestantes, voltando a mostrar-se disponível para dialogar de modo a que seja alcançada uma solução para a crise política.
Yingluck Shinawatra qualificou como "inaceitáveis" e como contrárias à Constituição as exigências do líder dos protestos e um dos dirigentes do Partido Democrata (principal partido da oposição) para que ceda o poder a um conselho popular.
Os manifestantes acusam o Executivo eleito de corrupção e de estar a ser manejado, na sombra, pelo primeiro-ministro deposto e irmão mais velho da atual chefe do Governo, Thaksin Shinawatra.
Pelo menos três pessoas morreram durante os confrontos entre apoiantes e oponentes do Governo, na noite de sábado, ocorridos perto da Universidade de Ramkhamhaeng e do estádio Rajamangala, a noroeste de Banguecoque.
No domingo e na segunda-feira, os polícias procuraram dispersar a multidão com gás lacrimogéneo, canhões de água e balas de borracha, enquanto os seguidores de Suthep Thaugsuban respondiam com pedras, garrafas e explosivos artesanais, tentando remover as barreiras de cimento em torno dos edifícios.
O Centro Erawan para Emergências indicou, no seu mais recente balanço, que os confrontos de segunda-feira resultaram em 119 feridos, a maioria dos quais com problemas derivados da inalação de gases tóxicos.
DM // PNE.
Lusa/Fim