Crato acusa sindicados de fazer "alunos reféns", com greves a avaliações e exames

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 04 jun (Lusa) - O ministro da Educação e Ciência (MEC) disse hoje acreditar que "há muitos professores divididos" em relação às greves, considerando que as datas escolhidas pelos sindicatos transformam os alunos "em reféns".

Em entrevista à TVI24, o ministro Nuno Crato criticou a decisão de os sindicatos de professores terem decidido fazer greves às avaliações (entre 07 e 14 de junho) e terem agendado uma greve geral para o dia em que se realiza o primeiro exame nacional do ensino secundário.

"Estamos dispostos a toda a negociação. Mas este tipo de atitude, que é tomar como refém os nossos alunos, é algo com que não se deve brincar", afirmou Nuno Crato.

Apesar das críticas, o governante mostrou-se confiante quanto à decisão do colégio arbitral, que foi chamado a decidir sobre a necessidade de requerer serviços minimos, depois de ministério e sindicados não terem conseguido chegar a acordo.

"Há jurisprudência sobre isso. O Tribunal Constitucional reafirmou que era um serviço público e que os serviços mínimos seriam impostos", afirmou o governante, referindo-se à decisão tomada em 2005, quando era ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues, no Governo liderado pelo socialista José Sócrates.

Para Nuno Crato, "a greve não beneficia os professores e potencialmente prejudica os alunos".

Apesar dos dias de luta estarem agendados e de os sindicatos garantirem que não irão recuar, o ministro voltou a reafirmar que está tudo pronto para que nada falhe e disse mesmo acreditar que muitos professores terão dúvidas quanto a fazer greve: "Tenho a certeza absoluta que há muitos professores divididos".

Nuno Crato anunciou ainda que os professores vão começar já em setembro a trabalhar 40 horas por semana, mas sem aumento da componente letiva. O ministro acredita que para muitos docentes esta alteração não irá provocar uma mudança nas suas vidas, uma vez que, "os professores, na realidade, já trabalham 40 horas por semana".

"A componente letiva mantém-se do ano passado para este ano", garantiu, sublinhando que o despacho do ano letivo "não terá incidência na componente letiva".

O alargamento de horário de trabalho e a mobilidade especial foram decisões tomadas pelo Governo PSD/CDS-PP para todos os funcionários públicos e, Nuno Crato, voltou a reafirmar que os professores não podem ser tratados de forma diferente.

Apesar disso, Crato garantiu que conseguirá poupar "sem mexer nos professores" e apontou o encerramento de escolas como uma opção que se revelou "um sucesso no país".

"Estou convicto de que não haverá nem um professor em mobilidade especial", afirmou, lembrando que deverão haver 600 horários zero e seis mil aposentações durante este ano.

Questionado sobre a hipótese de se demitir, caso as greves e os exames não corram bem, Nuno Crato recusou categoricamente tal teoria: "Demissão não me passa pela cabeça".

SIM // ARA

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