Trabalhadores dos estaleiros de Viana dizem que comissão de inquérito "peca por tardia"

| Norte
Porto Canal / Agências

Viana do Castelo, 02 dez (Lusa) - O porta-voz da comissão de trabalhadores dos estaleiros de Viana afirmou hoje que a criação de uma comissão parlamentar de inquérito para apurar responsabilidade sobre a situação da empresa, que será encerrada segundo decisão do Governo, "peca por tardia".

"A criação de uma comissão de inquérito peca por tardia. Mas permitirá ir aos pormenores mais minuciosos, não só de agora como também dos últimos anos, nomeadamente na questão das contrapartidas [dos submarinos]", afirmou António Costa, enaltecendo a decisão do PCP de chamar o caso a uma comissão parlamentar.

Como exemplo das "dúvidas" sobre a forma como a empresa tem sido conduzida, o porta-voz dos trabalhadores recorda os 250 milhões de euros de material das contrapartidas dos submarinos - construídos na Alemanha para a Marinha portuguesa -, transferido para os estaleiros em 2005.

"No entanto, uma auditoria de 2011 diz que afinal só valem 50 milhões. Onde estão os restantes 200 milhões de euros que dizem ter entrado nesta empresa?", questiona António Costa, apelando, novamente, à investigação também do Ministério Público.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, anunciou no domingo que o partido vai avançar com uma proposta de comissão parlamentar de inquérito para apurar responsabilidades políticas e administrativas pela situação dos ENVC.

O mesmo pedido foi formulado nos últimos dias pelo presidente da Câmara de Viana do Castelo, o socialista José Maria Costa, ao grupo parlamentar do PS.

O grupo Martifer anunciou que vai assumir em janeiro a subconcessão dos terrenos, infraestruturas e equipamentos dos ENVC, pagando a o Estado uma renda anual de 415 mil euros, até 2031, conforme concurso público internacional que venceu.

A nova empresa West Sea deverá recrutar 400 dos atuais 609 trabalhadores, que estão a ser convidados a aderir a um plano de rescisões amigáveis que vai custar 30,1 milhões de euros, suportado com recursos públicos.

Esta foi a solução definida pelo Governo português para evitar a devolução de 181 milhões de euros de ajudas públicas não declaradas à Comissão Europeia, no âmbito de uma investigação lançada por Bruxelas.

Ao longo de 69 anos de atividade, os ENVC já construíram mais de 220 navios, mas apresentam hoje um passivo superior a 300 milhões de euros.

PYJ // JGJ

Lusa/fim

+ notícias: Norte

Prepare o guarda-chuva. Depois de dias de “verão” a Norte, chuva regressa nos próximos dias

Depois de duas semanas com temperaturas a relembrar o verão, a chuva está de regresso ao Norte do país nos próximos dias, prolongando-se até ao final da próxima semana, entre 26 de abril a 3 de maio.

Criança de nove anos atropelada em Vila Nova de Famalicão

Uma criança de nove anos foi atropelada na manhã desta quinta-feira, e ficou gravemente ferida, em Vale S. Martinho, no concelho de Vila Nova de Famalicão, confirmou ao Porto Canal fonte do Comando Sub-Regional do Ave, em Fafe.

Assaltada base da ambulância de emergência do INEM na Maia

A base da ambulância de emergência médica da Maia do INEM foi assaltada esta quinta-feira, tendo sido roubados um computador e peças de fardamento do instituto, disse à Lusa fonte o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH).