Presidente da República pede mais transparência e eficácia ao poder político

Presidente da República pede mais transparência e eficácia ao poder político
| Política
Porto Canal com Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu hoje mais transparência, rapidez e eficácia ao poder político, para prevenir os populismos, que, advertiu, se alimentam das suas deficiências e lentidões.

"Importa que todas as estruturas do poder político, do topo do Estado à Administração Pública e, naturalmente, aos tribunais, entendam que devem ser muito mais transparentes, rápidas e eficazes na resposta aos desafios e apelos deste tempo, revendo-se, reformando-se, ajustando-se", declarou o chefe de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa, que falava na sessão solene comemorativa do 25 de Abril, na Assembleia da República, advertiu que "os chamados populismos alimentam-se das deficiências, lentidões, incompetências e irresponsabilidades do poder político, ou da sua confusão ou compadrio com o poder económico e social".

"Preveni-los ou pôr-lhes cobro requer determinação, antecipação e permanente proximidade e satisfação das legítimas necessidades comunitárias", defendeu.

Nesta intervenção, o Presidente da República elogiou a democracia portuguesa e a Assembleia da República, sustentando que é por ter "tanta diversidade e tão vigorosos combates políticos" que o sistema de partidos português "é dos mais estáveis na Europa".

Em seguida, salientou a importância de prestigiar a Assembleia da República: "Prestigiá-la dá vigor à nossa democracia. Dela, permanentemente, fazer exemplo de discussão substancial, de elevação pessoal, de atenção aos portugueses, de visão de médio e longo prazo, protege-nos, a todos, contra a descredibilização da política, a tentação da demagogia, a revivescência de messianismos, oferecendo passados improváveis ou futuros ilusórios".

"Neste tempo dos chamados populismos anti-institucionais, dos tropismos anti-sistémicos, é essencial tornar claro que nos orgulhamos dos nossos marcos históricos, queremos viver em democracia, sabemos que ela tem de ser mais livre e mais justa, mas sabemos, também, que valorizar a Assembleia da República, tal como todos os órgãos de soberania, e outras instituições constitucionais de referência, a começar pelas Forças Armadas, é condição insubstituível para que os portugueses nunca desistam do que andam a construir há mais de quarenta anos", completou.

Marcelo Rebelo de Sousa fez também uma referência às eleições autárquicas deste ano, voltando a definir o poder local como "fusível de segurança" da democracia.

"O poder local não é isento de problemas e defeitos, como toda a obra humana, mas tem direito a ser, como um todo, celebrado, por uma vez, num 25 de Abril", considerou.

Quanto às eleições deste ano, o Presidente da República formulou o seguinte voto: "Que a nova legislatura autárquica traga consigo, quer nas áreas de satisfação de necessidades clássicas ou básicas, quer no desenvolvimento económico, ambiental, social e cultural, e, portanto humano, quer nas novas vias de participação popular, passos ainda mais arrojados, promovendo o progresso, combatendo a pobreza e o seu risco, e as desigualdades, e fomentando um clima livre, plural e crítico".

"Espero-o, também, a duplo título, como Presidente da República e antigo autarca", disse.

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