Adesão à greve dos CTT entre 18,5% segundo administração e 78% pelo sindicato

Adesão à greve dos CTT entre 18,5% segundo administração e 78% pelo sindicato
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Porto Canal

A adesão à greve dos trabalhadores dos CTT varia entre os 18,5% avançados pela administração e os 78% garantidos pelo sindicato do setor, com os dois lados a dividirem-se também sobre o funcionamento dos serviços.

De acordo com a administração, as 624 lojas dos CTT de todo o país encontram-se abertas e a maior parte dos carteiros está a distribuir correio.

"A taxa de adesão à greve é de 18,5%, menos 8% do que idêntica greve feita pelos mesmos motivos há um mês", disse à Lusa o diretor de Recursos Humanos da empresa, António Marques.

"Todas as carreiras saíram do centro de produção e logística, o que quer dizer que o correio chegou aos nossos centros de distribuição postal, de onde saem os carteiros para a rua em termos de distribuição, portanto a maior parte dos carteiros está na rua a distribuir correio", acrescentou.

A perspetiva da administração contrasta com a do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações, já que, segundo o sindicalista José Oliveira, os números apontam para uma adesão à greve na ordem dos 78 por cento.

Os dados "podem ser corrigidos um pouco para cima ou um pouco para baixo, mas ficam muito distantes dos 18% que tivemos conhecimento que a administração refere", garantiu José Oliveira.

A adesão obtida, avança o sindicalista, "está a responder às perspetivas" e "vai presidir também à decisão de hoje à tarde -- a continuação da luta, que já está a anunciada para [dia] 27 e para o fim do ano".

O diretor dos Recursos Humanos lamentou ainda os incidentes de quinta-feira à noite, quando a polícia foi chamada a intervir no centro de distribuição dos CTT em Cabo Ruivo, Lisboa, para permitir a saída dos primeiros quatro camiões depois do início da greve na empresa.

"Penso que não cabe à empresa fazer comentários, eu fazia apenas uma pequena referência: os piquetes de greve, de acordo com a lei, têm toda a legitimidade para persuadir os trabalhadores a aderir à greve mas isto sem prejuízo do respeito pela liberdade dos trabalhadores não aderentes", disse António Marques.

Também o sindicalista José Oliveira lamentou o incidente, afirmando que pretende perguntar à ministra das Finanças, quando for expor as preocupações dos trabalhadores dos CTT, porque "mandou açoitar" os funcionários que estavam em piquete.

Os trabalhadores, que receiam a destruição da empresa com a privatização, criticam a atuação do Corpo de Intervenção da PSP, que acusam de "carregar de forma vergonhosa" sobre o piquete de greve e de outras organizações que se encontravam no local.

Questionado pela Lusa, o porta-voz da PSP escusou-se a fazer qualquer comentário sobre o incidente em Cabo Ruivo.

No parlamento, hoje de manhã, o Bloco de Esquerda interpelou a presidente da Assembleia da República sobre a "restrição da liberdade de deputados" pela polícia, junto ao piquete de greve dos CTT, exigindo que peça explicações ao ministro das Administração Interna.

"Colocou-se em causa o que é um direito dos deputados desta Assembleia da República, que é o da livre circulação, e, para nós, um ato como esses não pode passar sem uma explicação cabal do ministro da Administração Interna", afirmou o líder parlamentar do Bloco, Pedro Filipe Soares.

Os trabalhadores dos CTT de todo o país vão reunir-se hoje em plenário pelas 14:30 na Praça dos Restauradores, em Lisboa, para decidirem a continuação do protesto.

Cerca das 15:00, vão dirigir-se em manifestação até ao Ministério das Finanças.

Uma delegação do sindicato irá ainda entregar na Assembleia da República "uns largos milhares de postais" a exigir a não privatização da empresa, assinados por cidadãos de todo o país.

O sindicato anunciou ainda, em comunicado, que às 17:00 terá uma delegação a reunir-se com a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, em que defenderá as posições de oposição ao negócio de venda dos CTT.

A greve dos CTT foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações para protestar contra a privatização da empresa.

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