Presidente ordena abertura de processo contra líder da oposição

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Porto Canal com Lusa

Caracas, 21 abr (Lusa) - O Presidente venezuelano ordenou, na quinta-feira, a abertura de um processo judicial contra um opositor e ex-candidato presidencial por "acusar o Governo e exército" do homicídio de uma jovem no estado de Táchira.

Na quarta-feira, Paola Andreína Ramírez Gómez foi morta a tiro no estado de Táchira, no sudoeste do país, nas proximidades do local onde decorria uma manifestação contra o Governo de Nicolas Maduro.

O líder da oposição e ex-candidato à presidência Henrique Capriles responsabilizou as autoridades pela morte da mulher, de 23 anos, e os chamados "coletivos" (civis armados apoiantes do regime).

"Autorizei que se faça uma queixa pela honra da gente acusada e que este senhor [Capriles] se tiver que ir para a cadeia, que vá para a cadeia e pague pela difamação e injúria, e todos os delitos que tem cometido. Sabem que não não tenho mede nem deles nem de ninguém", declarou Maduro, numa intervenção transmitida pela televisão estatal.

O Governo atribuiu a responsabilidade da morte da jovem ao partido opositor Vente Venezuela (Vem Venezuela)

A oposição "enche as pessoas de ódio, manda matar e depois desembaraçadamente acusa gente honrada" do exército, do Governo e o Presidente por este "triste assassínio", declarou Maduro.

"Vou apresentar uma queixa e que se demonstre a verdade. É o meu livre exercício do direito à defesa num Estado de direito", disse.

O ministro do Interior, Justiça e Paz venezuelano, Néstor Reverol, o militante do partido de direita Vente Venezuela, Iván Alexis Pernía Dávila, foi detido pelo homicídio da jovem Paola Ramírez Gómez, ocorrido na quarta-feira, no estado de Táchira.

Em conferência de imprensa, Reverol explicou que o homicídio "foi deliberadamente planificado" e depois a cena do crime foi adulterada, alegadamente pelo suspeito, que estava na posse, durante a detenção, de 442 cartuchos de armas e uma pistola.

A mãe da vítima, Delcy Gómez, disse aos jornalistas que não acreditar na culpa da pessoa detida. "Ela disse-me, por telefone, que os coletivos estavam a disparar", frisou.

Vídeos divulgados pelas redes sociais dão conta do momento em que passam vários motorizadas e a jovem cai no chão.

Os protestos contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro intensificaram-se nas últimas três semanas, na sequência de duas sentenças do Supremo Tribunal venezuelano, em que atribui poderes especiais ao chefe de Estado, limita a imunidade parlamentar e assume as funções do parlamento.

Nas últimas três semanas, pelo menos nove pessoas foram mortas, dezenas ficaram feridas e centenas foram detidas pelas autoridades venezuelanas, durante os protestos violentamente reprimidos pela Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar) e pela Polícia Nacional Bolivariana.

FPG // EJ

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