Recolhas de "Plantas e Povos" de África dos séculos XIX e XX em exposição em Lisboa

| País
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 19 abr (Lusa) -- Plantas e objetos recolhidos nos séculos XIX e XX, maioritariamente em África, e cujo uso foi apropriado pelos povos europeus, fazem parte da exposição "Plantas e Povos" que é inaugurada na quinta-feira em Lisboa.

"É uma forma de a ciência europeia tomar conhecimento do uso local e depois apropriar-se desse uso e dar outras utilizações ou as mesmas a estas plantas", disse hoje, em declarações à Lusa, José Pedro Sousa Dias, diretor do Museu Nacional de História Natural e da Ciência (MUHNAC), onde a mostra vai estar patente.

Trata-se de uma exposição "de objetos que foram recolhidos em diferentes locais do globo, ilustrando o seu uso pelas populações locais, principalmente em África, mas também na Ásia e na América". "A Europa deve muito aos povos que colonizou para ter estes objetos para diferentes usos: vestuário, saúde, alimentação, questões religiosas e também construção de instrumentos e barcos", referiu.

A mostra foi dividida em três grandes núcleos: "Cuidar", "Transcender" e "Transformar".

No primeiro, estão expostas as espécies utilizadas para fins medicinais, cuidados estéticos, de higiene e alimentação, como a saboeira, utilizada na higiene pessoal, e a aloé vera, usada no tratamento de queimaduras, feridas e irritações da pele.

É neste núcleo que estão documentos, desenhos e plantas do botânico austríaco Friedrich Welwitsch que esteve em Angola, entre 1853 e 1860, pago por Portugal.

O núcleo "Transcender" reúne instrumentos de dois curandeiros moçambicanos, recolhidos naquele país nas décadas de 1930 e 1950, quando das suas detenções.

Trata-se de conjuntos "muito completos, pois incluem objetos de adorno de caráter simbólico, mas também ossículos divinatórios, um instrumento de benzeduras, um banco, recipientes e drogas para a preparação de mezinhas".

No núcleo "Transformar" estão expostas matérias-primas utilizadas para a construção e a indústria, como a borracha usada nas bolas de 'cauchu', o algodão, as resinas ou o buxo, utilizado para construir flautas, gaitas de foles e cordofones.

"Plantas e Povos" reúne dois espólios: a coleção de etnobotânica que pertence ao herbário do Museu Nacional de História Natural e da Ciência, mas também a coleção de etnobotânica que pertence ao herbário do antigo Instituto de Investigação Científica Tropical, que foi integrado na Universidade de Lisboa.

A exposição abre portas ao público na quinta-feira e não tem, para já, data de encerramento.

"Pensámos nesta exposição com um certo caráter evolutivo. No futuro podemos concentrar-nos em aspetos mais restritos e mais específicos e não ter esta preocupação tão enciclopédica como fizemos", disse José Pedro Sousa Dias.

Assim, ao longo do tempo poderá ser "alterada a narrativa e os objetos, porque a coleção do MUHNAC é muito maior do que esta que está aqui".

JRS // MAG

Lusa/fim

+ notícias: País

Caixa de medicamento "antifascista" colocada na campa de Salazar

No cemitério do Vimieiro, em Santa Comba Dão, foi colocada uma enorme caixa de medicamentos na campa de António de Oliveira Salazar. Autoria do artista português Bordalo II, o “probiótico antifascista” tem o nome de “Liberdade” e o vídeo partilhado pelo próprio nas redes sociais já está a gerar uma forte onda de contestação, a poucos dias das comemorações dos 50 anos do 25 de abril.

FC Porto vai ter jogo difícil frente a Belenenses moralizado afirma Paulo Fonseca

O treinador do FC Porto, Paulo Fonseca, disse hoje que espera um jogo difícil em casa do Belenenses, para a 9.ª jornada da Liga de futebol, dado que clube "vem de uma série de resultados positivos".

Proteção Civil desconhece outras vítimas fora da lista das 64 de acordo com os critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) disse hoje desconhecer a existência de qualquer vítima, além das 64 confirmadas pelas autoridades, que encaixe nos critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro.