"Diálogo direto Kinshasa Lisboa" estreia-se quinta-feira no Teatro Maria Matos

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 19 abr (Lusa) -- O "progresso" real e falso, nos últimos dez anos, na República Democrática do Congo, é o tema do espetáculo "Diálogo direto Kinshasa Lisboa" que se estreia na quinta-feira, no Teatro Municipal Maria Matos, na capital portuguesa.

O espetáculo, uma encomenda do Maria Matos aos artistas alemães Monika Gintersdorfer e a Knut Klassen, vai estar em cena até sábado e resulta de uma reflexão "pouco comum da realidade africana", como disse à Lusa a encenadora Monika Gintersdorfer.

No "Diálogo direto Kinshasa Lisboa", os atores analisam "criticamente" os "aparentemente apolíticos 'Objetivos do Desenvolvimento do Milénio', justapondo o universalismo do programa da Organização das Nações Unidas à realidade local do desenvolvimento urbano e artístico em Kinshasa, na última década", disse a encenadora.

Com artistas congoleses, alemães e costa-marfinenses, Monika Gintersdorfer e Knut Klassen percorrem a cidade de Kinshasa, criando séries fotográficas que dão uma noção do "progresso" ? real e falso ? que tem acontecido na região.

Em palco, os intérpretes - "uma combinação ímpar de atores, bailarinos e estrelas de 'showbiz'" - entram em diálogo com essas imagens, através de comentários cantados, falados e dançados, desafiando a realidade, pondo em confronto "o que é" com "o que deveria ser".

"Este projeto acaba também por ser uma crítica ao programa do millenium da ONU", disse Monika Gintersdorfer à agência Lusa, uma vez que a pretensão de reduzir o número de pessoas sem acesso à escola primária, ou o número de pessoas que sofre com sida ou malária muitas vezes não é conseguida, disse.

Em 2013, Monika Gintersdorfer, Knut Klassen e sua companhia arrebataram Lisboa com a sua "revisão radical do conceito de interculturalidade" presente nos espetáculos "The End of the Western", "Breaking performance" e "La jet Set" apresentados no Teatro Maria Matos, sobre a história recente da Costa do Marfim: o impasse após as eleições, o julgamento do ex-presidente Laurent Gbagbo, no Tribunal Penal Internacional, e o papel dos músicos marfinenses na sociedade.

"Diálogo direto Kinshasa Lisboa" tem interpretação de Roch Bodo, Hauke Heumann, Eric Parfai, Francis Taregue - ou SKelly -, entre outros, e é uma coprodução do Kaaitheater Brussels, HAU Hebbel am Ufer Berlin e do Maria Matos Teatro Municipal.

O espetáculo é produzido pela House on Fire com o apoio do Programa Cultura da União Europeia (logos).

CP // MAG

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