Observadora austríaca alerta para irregularidades no referendo da Turquia

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Porto Canal com Lusa

Viena, 18 abr (Lusa) -- Cerca de dois milhões e meio de votos no referendo constitucional na Turquia podem ter sido manipulados e caso fossem revistos alteravam o resultado, alertou hoje Alev Korun observadora do Conselho da Europa.

"Suspeita-se que mais de 2,5 milhões de votos tenham sido manipulados", disse Korun à rádio pública austríaca ORF.

As declarações da observadora do Conselho da Europa, que acompanhou o referendo de domingo na Turquia, são coincidentes com as denúncias da oposição turca que admite impugnar os boletins que não estavam visados pelo selo das mesas eleitorais.

A oposição acusa a entidade que regulou o referendo de não ter cumprido a lei porque aceitou como válidos os boletins.

O "sim" venceu com uma diferença de 1,25 milhões de votos o que significa que a impugnação poderia alterar o resultado, mas a Junta Eleitoral (entidade que regulou a votação) recusou as acusações ao afirmar que a validação de boletins sem selo já aconteceu em atos eleitorais anteriores.

Korun, porta-voz dos Verdes, partido da oposição austríaca, reconheceu que existem poucas possibilidades para se proceder à impugnação.

A política austríaca, que esteve na Turquia onde integrou a missão de observação eleitoral da missão conjunta da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e da assembleia parlamentar do Conselho da Europa, indicou que, apesar da denúncia, não testemunhou pessoalmente irregularidades durante o referendo.

Mesmo assim, afirma que tem informações de que nas regiões onde se concentram as "importantes" minorias curdas o trabalho dos observadores conheceu obstáculos por parte das autoridades.

Em concreto disse que dois observadores foram impedidos pela polícia de visitar as assembleias de voto na cidade de Diyarbakir.

Por outro lado, sublinhou que nas redes sociais foram divulgados vídeos que, segundo a dirigente dos Verdes da Áustria, mostram a mesma pessoa a votar duas vezes.

Mesmo assim, reconheceu que as imagens não foram investigadas.

No relatório preliminar apresentado na segunda-feira em Ancara, os observadores internacionais disseram que o referendo não cumpriu os "níveis democráticos" sobretudo por causa da falta de oportunidades durante a campanha dominada "claramente" pelos apoiantes do "sim".

Sobre as denúncias da oposição, a chefe da missão da OSCE, Tana Zulueta, considerou que a decisão da Junta Eleitoral, ao validar os boletins sem selo "ignorou uma importante medida de proteção num ato que vai contra a lei".

Mesmo assim, frisou a mesma responsável que o mandato da missão internacional, integrada por 63 observadores de 26 países, não incluiu o julgamento sobre qual poderia ter sido o resultado "sem as anomalias observadas".

O relatório final vai ser emitido dentro dos próximos 12 dias.

PSP // SB

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