Porta-voz de Mélenchon descreve "etapa nova na história de França"

| Mundo
Porto Canal com Lusa

Paris, 18 abr (Lusa) - O porta-voz de Jean-Luc Mélenchon, candidato da esquerda radical às eleições presidenciais francesas, disse à Lusa que se está a assistir a uma "etapa nova na história de França".

Numa corrida eleitoral com 11 candidatos, Jean-Luc Mélenchon, do movimento A França Insubmissa, faz parte dos quatro favoritos, de acordo com as sondagens, aparecendo taco-a-taco com Emmanuel Macron (centro), Marine Le Pen (extrema-direita) e François Fillon (direita).

"Esta eleição marca uma etapa nova na história de França: as velhas formações políticas são muito largamente rejeitadas e são as novas forças, como A França Insubmissa, que emergem", afirmou Alexis Corbière, em entrevista à Lusa, a menos de uma semana da primeira volta das eleições presidenciais, a 23 de abril.

O professor de história considerou que "a possibilidade que Jean-Luc Mélenchon esteja na segunda volta é uma realidade" e que "há que aproveitar estes quatro, cinco dias para que a abstenção recue".

"Somos claramente por uma renegociação da dívida, um escalonamento temporal da dívida e todos os Estados podem fazê-lo. Os franceses, como os nossos amigos portugueses. Não é aceitável fazer sofrer os povos unicamente para reembolsar estabelecimentos financeiros. É isto que diremos e creio que este sinal será ouvido por todos os povos da Europa e também pelos nossos amigos portugueses", declarou.

O programa eleitoral de Jean-Luc Mélenchon prevê um "plano A" que consiste na "saída concertada dos tratados europeus pelo abandono das regras existentes por todos os países que o desejem e a negociação de outras regras" e um "plano B" - no caso de o primeiro falhar - que consiste na "saída unilateral da França dos tratados europeus para propor outras cooperações".

No plano A, o programa inclui a organização de "uma conferência europeia sobre as dívidas soberanas que resulte em moratórias, uma baixa das taxas de juro, reescalonamentos e anulações parciais" assim como acabar com o 'dumping' no interior da União Europeia através de uma harmonização fiscal e social.

"Esta Europa não é possível. Uma Europa que se constrói essencialmente pela concorrência entre os Estados é qualquer coisa que deve parar", argumentou Alexis Corbière, apontando "a proibição de harmonização fiscal e social entre os países" como "uma opressão" que está a ter, em França, como consequência "as deslocalizações de empresas no seio da Europa".

O porta-voz do candidato da esquerda radical disse, ainda, que "é preciso acabar com a diretiva dos trabalhadores destacados que leva a que no território francês haja trabalhadores estrangeiros que não pagam os mesmos encargos sociais que os franceses", uma medida que poderia vir a afetar os portugueses que são os trabalhadores destacados em França mais numerosos a seguir aos polacos.

No próximo dia 23, a França realiza a primeira volta das eleições presidenciais com onze candidatos: Marine Le Pen, Emmanuel Macron, Jean-Luc Melénchon, François Fillon, Benoît Hamon, Nathalie Arthaud, Philippe Poutou, François Asselineau, Nicolas Dupont-Aignan, Jacques Cheminade e Jean Lassalle. A segunda volta é a 7 de maio.

CAYB // PJA

Lusa/fim

+ notícias: Mundo

Depois dos telemóveis, Xiaomi lança oficialmente o seu primeiro veículo elétrico

O grupo chinês Xiaomi, que há anos prepara a entrada no setor automóvel, lançou esta quinta-feira o seu primeiro carro elétrico na China, onde se trava uma intensa guerra de preços entre dezenas de fabricantes.

EUA. Cão-polícia robô foi baleado várias vezes e elogiado por evitar tragédia

Um cão robô foi elogiado pela polícia estadual de Massachusetts, nos Estados Unidos, por ter ajudado a evitar uma tragédia que envolveu uma pessoa barricada numa casa e que efetuou disparos com uma arma automática.

Reconstrução de ponte que desabou nos Estados Unidos "não será rápida, fácil ou barata"

As autoridades norte-americanas reconheceram esta quarta-feira que a reconstrução da ponte de Baltimore que desabou na madrugada de terça-feira após o embate de um navio cargueiro "não será rápida, fácil ou barata" e apontaram como prioridade a reabertura do tráfego fluvial